Apesar dos benefícios desses empregos, eles reproduzem desigualdades presentes desde a aprendizagem básica em matemática, especialmente entre meninas e pessoas negras. A pesquisa também aponta que o Brasil emprega um número baixo de pessoas em profissões ligadas à matemática em comparação com outros países.
Uma das principais conclusões do estudo é a predominância de trabalhadores formais nas ocupações ligadas à matemática, com 84% deles atuando no mercado formal. No entanto, essas profissões têm uma maior participação de pessoas brancas e homens do que a média das demais atividades no país, evidenciando desigualdades.
O estudo também aponta que as profissões ligadas à matemática oferecem salários 119% superiores à média dos demais trabalhadores, e a proporção desses profissionais cresceu mais do que a média do mercado de trabalho total. Além disso, a maioria dos trabalhadores relacionados à matemática se concentra nas regiões Sudeste e Sul, principalmente nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.
A superintendente do Itaú Social, Patricia Mota Guedes, destaca a importância do investimento em educação matemática de qualidade e afirma que o estudo traz dados concretos para sensibilizar o poder público, setor produtivo e sociedade sobre a relevância da matemática para o desenvolvimento do país.
O estudo foi feito a partir de uma provocação do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), e utilizado dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua para avaliar o número de trabalhadores e suas remunerações associadas às atividades relacionadas à matemática. O diretor-geral do Impa, Marcelo Viana, considera que o impacto da matemática na economia de um país é uma excelente medida do seu grau de desenvolvimento e destaca a importância de investimentos estratégicos em educação para aproveitar o potencial da matemática.