Durante sua estadia na capital federal, os estudantes indígenas participaram de audiências no Senado para debater as cotas nas universidades e a criação de uma instituição de ensino superior exclusiva para os povos indígenas. Na Câmara dos Deputados, eles se reuniram com parlamentares para discutir a importância da presença indígena no ensino superior e a valorização da ciência indígena como uma ferramenta de luta pela equidade.
Manuele Tuyuka, presidente da AAIUnB, enfatizou a importância de trazer a ciência indígena para dentro da universidade, promovendo a diversidade e a identidade cultural dos povos indígenas. Alisson Cleomar, estudante de Medicina da UnB e membro da etnia Pankararu, destacou os desafios enfrentados pelos estudantes indígenas, como o preconceito no ambiente acadêmico.
A rede de apoio foi fundamental para Thoyane Fulni-ô Kamayurá, estudante de engenharia florestal, que precisou interromper seus estudos devido à gravidez. Para Yonne Alfredo, estudante de biologia da Unicamp e integrante da etnia Tikuna, deixar a aldeia para estudar na cidade foi um desafio, mas ela pretende continuar na urbanidade após sua formação para realizar pesquisas e entender as necessidades de seu povo.
O ENEI foi marcado por debates enriquecedores e pela troca de experiências entre os estudantes indígenas, que buscam superar os obstáculos e valorizar suas culturas e conhecimentos. A presença e participação ativa desses estudantes reforçam a importância da diversidade e da inclusão no ensino superior, contribuindo para uma sociedade mais justa e igualitária.