EDUCAÇÃO – Estudantes de Alagoas pedem mais aulas práticas e escolas mais conectadas à realidade dos adolescentes – com Jornal Rede Repórter

Um levantamento com mais de 93 mil estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental, realizado em Alagoas pelo Ministério da Educação (MEC) em parceria com o Itaú Social, o Consed e a Undime, mostra que os adolescentes querem menos aulas expositivas e mais práticas, com projetos, tecnologia e atividades que dialoguem com seus interesses.

A pesquisa integra o Relatório Nacional da Semana da Escuta das Adolescências e reúne percepções de alunos do 6º ao 9º ano sobre aprendizagem, convivência e expectativas para a escola do futuro. O objetivo é orientar políticas que tornem os ambientes escolares mais inclusivos e alinhados às necessidades dessa faixa etária.

“As vozes dos adolescentes de Alagoas são um chamado para construirmos escolas que respondam às suas necessidades e aspirações”, afirmou Patricia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social. Para o MEC, aproximar o currículo dos desejos e desafios vividos pelos jovens é essencial. “A escola precisa conversar com essa fase tão marcada por mudanças e conflitos”, disse Alexsandro Santos, diretor do ministério.

O que os estudantes querem aprender

Entre os alunos do 6º e 7º anos, 51% consideram as disciplinas tradicionais essenciais, mas o interesse por esportes e bem-estar (39%) e por artes e cultura (33%) também é forte. Pensando no futuro, 40% querem mais projetos práticos e 38% desejam atividades com tecnologia e mídias digitais.

Nos 8º e 9º anos, a prioridade por disciplinas tradicionais cai para 41%. Cresce o interesse por educação financeira (27%) e se mantêm altas as preferências por atividades práticas (38%), tecnologia (37%) e esportes (36%).

Como os adolescentes percebem a escola

A maioria dos estudantes mais novos tem uma visão positiva do ambiente escolar:
• 78% dizem ter ao menos um adulto de confiança na escola.
• 77% afirmam se sentir bem no ambiente.
• 76% veem a escola como lugar propício para aprender.
• 85% têm amigos com quem gostam de estar.

Entre os mais velhos, esses índices diminuem:
• 67% têm adultos de confiança.
• 63% sentem-se bem na escola.
• 62% percebem o ambiente como adequado ao aprendizado.

Ainda assim, 82% relatam ter amigos na escola, e 70% dizem sentir-se em preparação para decisões futuras, como ensino médio, carreira e trabalho.

Convivência e desafios

Tanto estudantes mais jovens quanto mais velhos veem nas atividades esportivas, jogos e olimpíadas uma forma eficaz de melhorar a convivência — citadas por 43% e 44% dos participantes, respectivamente. Também há forte demanda por ações que abordem bullying, racismo e violências, além de melhorias nos espaços de convivência.

Escuta que vira política pública

Em escala nacional, a Escuta das Adolescências ouviu mais de 2,3 milhões de estudantes, em um dos maiores levantamentos já feitos sobre a experiência escolar nessa etapa. Em Alagoas, os resultados reforçam a necessidade de escolas mais práticas, participativas e alinhadas à vida real dos adolescentes, com metodologias que aproximem a aprendizagem de seus interesses, desafios e expectativas.

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