EDUCAÇÃO – Estudantes da Uerj são retirados em operação policial após 56 dias de ocupação no Campus Maracanã, com confronto e detenções.

Estudantes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) foram retirados do Pavilhão João Lyra Filho após 56 dias de ocupação, protagonizando um desfecho tenso e marcado por confrontos com a Polícia Militar. A ação foi realizada após os estudantes descumprirem o prazo estabelecido pela Justiça para deixarem o edifício.

Durante a desocupação, houve uso de bombas de efeito moral por parte dos policiais, enquanto os estudantes retaliaram com pedras, resultando em detenções. O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) também foi detido ao tentar interceder a favor dos estudantes.

A reitoria da Uerj emitiu uma nota confirmando a reintegração de posse do Pavilhão e lamentando a intransigência dos ocupantes, ressaltando os esforços de negociação para evitar o desfecho violento. Por sua vez, os estudantes manifestaram indignação nas redes sociais, acusando a reitoria de agir de forma autoritária e comparando a ação a métodos utilizados durante a ditadura militar.

O PSOL também se pronunciou sobre a prisão de Glauber Braga, classificando-a como arbitrária e ilegal, e anunciou medidas legais contra o estado do Rio de Janeiro. Durante a ação, um policial ficou ferido e precisou ser levado ao hospital.

As manifestações dos estudantes têm como pano de fundo a revolta contra mudanças nas regras de concessão de bolsas e auxílios de assistência estudantil. As novas diretrizes estabelecem critérios mais rígidos para o recebimento de benefícios, excluindo mais de 1 mil estudantes que deixam de se enquadrar nos requisitos.

Diante da falta de consenso, o caso foi judicializado, culminando em uma audiência de conciliação sem acordo. A juíza determinou a desocupação da universidade, mas garcou aos estudantes o direito de reivindicação nos horários estabelecidos e agendou uma nova audiência especial para buscar um acordo sobre os valores das bolsas e auxílios.

O embate entre estudantes, reitoria e órgãos judiciais revela tensões profundas no ambiente acadêmico e a necessidade de diálogo para a resolução de conflitos e demandas estudantis.

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