Além dos benefícios observados na atenção dos alunos, a pesquisa também menciona uma redução nos casos de bullying virtual nas escolas. Cerca de 77% dos gestores e 65% dos professores notaram essa diminuição. No entanto, apenas 41% dos alunos relataram perceber essa mudança, indicando um descompasso que sugere que alguns conflitos ainda não estão sendo totalmente visíveis para educadores e gestores.
Apesar do resultado positivo, o estudo também destaca um aumento no nível de tédio entre os alunos, com 44% deles afirmando que sentem mais tédio nos intervalos e recreios. Esse desconforto é mais acentuado entre os estudantes do Ensino Fundamental I, onde 47% mencionaram essa sensação. Além disso, 49% dos professores notaram um aumento na ansiedade entre os alunos, ressaltando que, embora a medida tenha sido eficaz, não é uma solução completa.
No que diz respeito às variações regionais, o Nordeste se destacou com 87% de melhora no comportamento dos alunos, enquanto as regiões Centro-Oeste e Sudeste apresentaram os índices mais baixos, com 82% indicando que a eficácia das medidas varia conforme o contexto local.
Os especialistas sublinham que, para que os ganhos alcançados com as restrições sejam sustentáveis, as escolas devem ser capazes de desenvolver alternativas de interação e abordagens pedagógicas que ajudem a manter os alunos engajados sem o uso de celulares. A legislação que limita o uso de celulares em ambientes escolares, sancionada em janeiro de 2025, é um passo importante, porém, segundo os especialistas consultados, a verdadeira transformação depende da criação de um ambiente escolar que priorize a saúde mental e o bem-estar dos alunos, além do aprendizado. Portanto, a implementação dessa lei deve levar em conta as particularidades de cada contexto escolar, buscando se adaptar às necessidades dos alunos e promovendo tendências de ensino que sejam mais eficazes e inclusivas.
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