A professora de redação Bárbara Soares, atuante em Brasília, destaca que a escolha do tema revela a preocupação com as consequências do etarismo na sociedade. Além disso, ela sugere que a redação pode explorar temas relacionados a violações de direitos, como os recentes desvios de recursos destinados a aposentadorias, o que evidencia a urgência de novas políticas públicas. Para Bárbara, o Enem desempenha um papel crucial em trazer à luz questões diretamente ligadas a grupos vulneráveis, instigando os alunos a refletirem sobre a proteção e os direitos dessas pessoas.
Por sua vez, o professor Thiago Braga, do Rio de Janeiro, enfatiza que, em um futuro próximo, cerca de 40% da população brasileira será composta por idosos. Ele ressalta a importância de discutir essa transição demográfica nas escolas e como isso pode refletir no conteúdo da redação. Com o Estatuto da Pessoa Idosa como referência, os alunos têm uma base sólida para desenvolver suas argumentações.
A professora Rayana Roale, também do Rio, acredita que a complexidade do tema é moderada, ressaltando que a questão do envelhecimento permeia todas as esferas sociais. Segundo ela, há um vasto repertório sobre esse assunto, o que deve facilitar a elaboração das redações pelos estudantes. Outro ponto a ser considerado é a tendência da sociedade produtiva em marginalizar as pessoas mais velhas, um aspecto que merece um olhar crítico na construção das peças textuais.
Michele Marcelino, professora em São Paulo, concorda que o exame acertou em cheio ao abordar o etarismo e os desafios enfrentados por pessoas idosas. A proposta do Enem é não apenas pertinente, mas também acessível aos alunos, permitindo uma reflexão aprofundada sobre os problemas sociais que essas pessoas enfrentam, como o abandono e o preconceito.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bianca Borges, reforça que o tema é propício para discutir o acesso ao trabalho digno, à previdência social e à saúde pública de qualidade. Essas questões exigem políticas públicas eficazes, além de gerar um debate social e cultural essencial sobre a vivência das pessoas mais velhas.
Recentemente, foram publicadas histórias inspiradoras de médicos com mais de 80 anos que continuam a trabalhar, desafiando estigmas. A convivência intergeracional é apontada como uma estratégia eficaz no combate ao etarismo, reforçando a ideia de que a sabedoria e a experiência dos mais velhos são valiosas em nossa sociedade. Este é um debate necessário e urgente, que deve ser continuamente promovido e desenvolvido nas escolas e na sociedade como um todo.









