Atualmente, cerca de 81 mil orientadores educacionais atuam no Brasil, com um considerável predomínio de mulheres que representam 78% desse total. A profissão vem avançando, especialmente À medida que se amplia o ensino integral e se valorizam métodos que priorizam a saúde mental e o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. O orientador desempenha um papel essencial de apoio ao corpo docente, colaborando com outros profissionais, como coordenadores pedagógicos, e interagindo diretamente com alunos e suas famílias. Essa interação é especialmente importante no desenvolvimento de projetos pessoais, conhecidos como “Projetos de Vida”.
Ana Claudia Favano, psicóloga e pedagoga, destaca que a orientação educacional evoluiu, adaptando-se à necessidade de apoiar crianças e jovens em seu desenvolvimento integral. Segundo ela, a educação moderna não se limita mais a questões disciplinares e de dificuldades emocionais ligadas ao aprendizado, mas foca no desenvolvimento do aluno como um todo. A qualidade da educação está cada vez mais relacionada à maturidade emocional dos estudantes, e o orientador atua como um agente promotor do bem-estar.
Outro aspecto crucial na atuação do orientador é o acolhimento dos alunos, especialmente em um contexto em que políticas públicas e pesquisas apontam para a importância do enfrentamento do bullying. Ana Claudia enfatiza a transformação que um olhar atento e uma escuta empática podem ter na vida dos estudantes, evidenciando a importância da segurança emocional que ela oferece.
Isis Galindo, orientadora educacional, complementa que o papel do orientador é ser um mediador sensível entre alunos, professores e famílias, formando uma rede de apoio que garantirá o aprimoramento integral de cada estudante. Segundo ela, as instituições que não possuem essa escuta especializada podem perder a oportunidade de compreender profundamente as necessidades de seus alunos, criando um espaço produtivo de diálogo e cuidado.
A superação das dificuldades de aprendizagem também integra a função do orientador. Carlos Augusto Lima, professor de matemática, iniciou sua jornada como orientador educacional após se especializar em psicopedagogia. Para ele, o desafio atual reside na promoção da saúde emocional dos alunos e na compreensão de seus processos de aprendizagem. Lima observa que muitas questões emocionais dos alunos permanecem ocultas durante o breve tempo em que permanecem na sala de aula.
Diante de um cenário educacional em transformação, a figura do orientador educacional se mostra imprescindível, contribuindo para um ambiente escolar mais acolhedor e propício ao desenvolvimento integral dos jovens.









