Esses dados foram revelados através do Censo Escolar – Educação Básica (2012-2019), analisado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Para o ensino médio, a média de distorção idade-série foi de 16,8% para alunos negros e 7,6% para alunos brancos.
Apesar da queda na disparidade ao longo dos anos, a diferença entre negros e brancos ainda persiste, mostrando a persistência da desigualdade. Além disso, o estudo revelou que em média, 78,5% dos estudantes negros eram aprovados no ensino médio, em comparação com 85% dos estudantes brancos.
A falta de equidade racial também se reflete na formação dos professores. Entre 2013 e 2019, apenas 33,2% dos professores do ensino fundamental em escolas predominantemente negras tinham formação adequada, enquanto nas escolas com maioria de alunos brancos, o percentual era quase o dobro, atingindo 62,2%. Além disso, a presença de estudantes brancos em escolas privadas era 2,6 vezes maior do que a de alunos negros.
Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também revelaram disparidades, como o fato de mulheres brancas terem quase o dobro de representatividade nas universidades em comparação com mulheres negras.
Diante desses números, o físico e docente Marcelo Tragtenberg destacou que o Brasil está oferecendo ensinos diferentes para negros e brancos, evidenciando a resistência do sistema educacional à equidade racial. Tragtenberg enfatizou que os estudantes negros estão mais acumulados nas séries iniciais e não progridem na mesma velocidade que os brancos.
A persistência da desigualdade racial nas escolas brasileiras revela os desafios que o país enfrenta para garantir um sistema educacional equitativo para todos os estudantes, independentemente de sua origem racial.