Um fato que chama a atenção é o aumento significativo de crianças negras em creches públicas, que passaram de 38% para 45%. A diretora executiva da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Mariana Luz, destacou a importância desse percentual e ressaltou que esse é um passo significativo, porém ainda insuficiente diante da necessidade de um processo histórico de reparação.
Mariana Luz também enfatizou a importância da busca ativa de crianças negras para garantir o direito à educação, principalmente na fase da creche, que é voluntária. Segundo ela, a educação infantil é fundamental para o desenvolvimento da criança, pois até os seis anos de idade, 90% do cérebro já está formado. Portanto, investir nessa fase garante um potencial de aprendizado muito maior ao longo da vida.
Apesar dos avanços, ainda há desafios a serem superados, como a estagnação no número de matrículas em creches e a queda na matrícula da pré-escola. A especialista alerta que as crianças em maior vulnerabilidade socioeconômica são as mais prejudicadas com a falta de acesso à educação. Portanto, é fundamental que as gestões municipais, estaduais e federais se unam para garantir um serviço de qualidade, com infraestrutura adequada e professores qualificados.
Diante desse cenário, é crucial que o sistema educacional priorize a educação infantil, enxergando essa fase como uma oportunidade de quebrar os ciclos de pobreza e promover a igualdade no país. A educação de qualidade na primeira infância não só estimula o desenvolvimento cognitivo e socioemocional, mas também gera retornos econômicos no futuro, impactando positivamente a sociedade como um todo.