EDUCAÇÃO – Brasil participa pela primeira vez do estudo internacional da OCDE sobre aprendizagem precoce e bem-estar infantil, com foco na primeira infância.

Pela primeira vez, o Brasil está participando do International Early Learning and Child Well-Being Study (IELS), uma iniciativa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Essa organização global tem como objetivo promover o crescimento econômico entre os países membros e seus parceiros.

O estudo internacional visa avaliar o conhecimento de crianças de 5 anos em áreas como linguagem, raciocínio matemático, autorregulação e habilidades socioemocionais. Os resultados obtidos podem ser cruciais para a formulação de políticas públicas eficazes para a primeira infância no Brasil, além de auxiliar no aprimoramento das áreas de saúde, educação e proteção social.

O diretor de Educação e Competências da OCDE, Andreas Schleicher, destacou o interesse do Brasil em participar do IELS e ressaltou o compromisso do país com a melhoria da educação infantil. Ele enfatizou a importância do estudo para compreender como as habilidades iniciais das crianças moldam seus futuros.

No país, a fase de pré-teste do IELS foi concluída em maio, com a participação de 30 escolas de três regiões brasileiras e cerca de 350 estudantes da pré-escola. Em 2022, o estudo será expandido para 250 escolas em 100 municípios, envolvendo aproximadamente 3 mil crianças em idade pré-escolar.

O estudo no Brasil é coordenado pela Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, parceira da OCDE, que atua em prol do desenvolvimento da primeira infância. A CEO da fundação, Mariana Luz, destacou a importância do estudo para a formulação de estratégias que visam reduzir as desigualdades educacionais no país.

Além do Brasil, outros países participantes do estudo são Holanda, Inglaterra, Estônia, Azerbaijão, Emirados Árabes, Singapura, Bélgica e República Checa. A análise comparativa das habilidades iniciais das crianças auxiliará na identificação dos fatores que influenciam a aprendizagem precoce.

A metodologia do estudo no Brasil é coordenada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, envolvendo interação com as crianças por meio de brincadeiras e histórias. A avaliação também inclui questionários aplicados às famílias e profissionais das redes de educação infantil.

Com um investimento de aproximadamente R$ 13 milhões, o estudo completo terá o apoio de instituições como o Serviço Social da Indústria (Sesi) e a Fundação Itaú Social, entre outras. O relatório final do IELS no Brasil será divulgado em março de 2026, contribuindo para o avanço da compreensão sobre o desenvolvimento infantil no país.