EDUCAÇÃO – Brasil busca alfabetizar 64% de estudantes do 2º ano até 2025, com compromissos e esforços para incluir crianças em situação de vulnerabilidade.

O Brasil, até o final de 2025, almeja que pelo menos 64% dos alunos do 2º ano do ensino fundamental estejam completamente alfabetizados. Com isso, espera-se que esses estudantes consigam ler frases e textos curtos, além de extrair informações explícitas de materiais simples, como bilhetes e crônicas. Essa meta faz parte do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada (CNCA), uma iniciativa do Ministério da Educação (MEC) lançada em 2023. O projeto opera em parceria entre a União, estados, Distrito Federal e municípios.

Denis Mizne, CEO da Fundação Lemann, enfatiza a importância de priorizar a alfabetização no cenário educacional brasileiro, que ainda não superou desafios significativos nessa área. Em suas declarações, Mizne menciona que, apesar de a meta para 2024 ter sido de 60% de alfabetização e o Brasil ter alcançado 59,2%, o trabalho ainda precisa ser intensificado. O foco, segundo ele, deve ser direcionado aos alunos em situação de vulnerabilidade em cada rede de ensino.

Para 2030, a meta se torna ainda mais ambiciosa, exigindo que ao menos 80% das crianças estejam alfabetizadas ao finalizar o 2º ano. O CNCA já conta com a adesão de todos os estados e 99% dos municípios, recebendo reconhecimento até do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante cerimônias relacionadas à educação. Desde 2019, a Fundação Lemann se uniu a outras organizações na Aliança pela Alfabetização, com o objetivo de apoiar estados e municípios na implementação de políticas públicas voltadas à alfabetização, já impactando cerca de 2,8 milhões de crianças em 18 estados.

Mizne também destaca que, para que os indicadores sejam atingidos, é necessário não apenas que a alfabetização seja uma prioridade política, mas também que os recursos disponíveis sejam utilizados de maneira eficiente. Observa que ainda existe uma quantia significativa de verbas que não está sendo aplicada corretamente nas escolas.

Além disso, Mizne ressalta que a alfabetização é crucial não apenas para o desenvolvimento individual das crianças, mas também para o futuro do país. Ele menciona que, se uma criança não aprende a ler na idade apropriada, isso terá consequências graves tanto para a sua vida escolar quanto para sua capacidade de contribuir economicamente no futuro. Segundo ele, o descaso em relação à alfabetização resultou em uma geração que, se não recebesse a devida atenção, teria limitações significativas em seu desenvolvimento.

O exemplo de Sobral, no Ceará, demonstra que com priorização e métodos adequados, é possível superar desafios de alfabetização, independentemente das condições socioeconômicas. O município, que há alguns anos estava entre os piores em índices educacionais, conseguiu escalar até o topo por meio de investimentos e foco em resultados. Mizne acredita que essa experiência pode ser replicada em outras localidades, fazendo com que a alfabetização solidifique sua posição como pilar essencial ao longo da trajetória educacional no Brasil.

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