A análise da situação educacional brasileira é aprofundada em um relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que examina a eficácia dos sistemas educacionais em diversas nações. O documento ressalta que, apesar de um aumento expressivo nas remunerações para aqueles que optam por seguir a educação superior, o Brasil ainda enfrenta um alarmante índice de evasão. Em comparação com a média de 13% de desistências na OCDE, o Brasil apresenta uma taxa de 25% de abandono logo no primeiro ano, evidenciando um descompasso entre as expectativas dos alunos e os desafios acadêmicos.
Além disso, os dados levantados indicam que apenas 20,5% dos brasileiros com 25 anos ou mais têm diploma universitário. Esse cenário se torna ainda mais preocupante ao considerar que quase 24% dos jovens de 18 a 24 anos não estão engajados em atividades nem de trabalho nem de educação, muito além da média de 14% observada nos países da OCDE.
Outros pontos destacados no relatório mostram que os investimentos do governo em educação superior no Brasil são de cerca de US$ 3.765 por aluno, um montante inferior à média de US$ 15.102 na OCDE. Contudo, quando se considera o percentual do PIB investido, o Brasil aloca aproximadamente 0,9%, o que está em linha com a média dos países desenvolvidos.
O secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, enfatiza a urgência de não apenas ampliar o acesso à educação superior, mas também melhorar sua qualidade. Ele sugere que é essencial fortalecer a formação acadêmica e a orientação profissional no ensino médio, além de criar programas de ensino superior mais inclusivos e flexíveis, que atendam às diversas necessidades dos alunos. Cormann finaliza alertando que melhorar a taxa de conclusão dos cursos é crucial para maximizar o retorno dos investimentos públicos e atender à demanda por competências no mercado de trabalho.