Aécio, integrante da direção nacional do PSDB, lamentou a saída de Leite, afirmando que o ex-tucano praticamente eliminou suas chances de uma candidatura presidencial em 2026. Em suas palavras, Leite estava no cerne de um projeto que poderia levá-lo ao Palácio do Planalto, mas a transferência para o PSD enfraquece essa possibilidade. “O que está acabando, lamentavelmente — pois vejo em Eduardo qualidades extraordinárias —, é seu projeto presidencial”, disse Aécio, apontando que no PSD, as chances de Leite em construir uma candidatura robusta são escassas.
Eduardo Leite justificou sua mudança alegando que o PSDB, em um eventual processo de fusão com o Podemos, estaria perdendo sua força e identidade. Essa fusão, segundo ele, representaria o fim do PSDB como o conhecemos. No entanto, Aécio discordou dessa visão, sustentando que a união entre os dois partidos poderia, na verdade, fortalecer o apoio a Leite para a corrida presidencial de 2026. Ele destaca que essa fase de transição poderia ser uma oportunidade para reestruturar o PSDB e recuperar sua relevância no cenário político.
Aécio alertou Leite sobre os riscos envolventes na escolha por um caminho que parece mais fácil, lembrando que, na política, as decisões contevem muitas nuances. Leite construiu uma trajetória sólida no PSDB, onde foi ativo por 24 anos e ganhou notoriedade como prefeito de Pelotas e, posteriormente, como governador do Rio Grande do Sul. Seu trabalho de destaque no estado, agora, pode estar em risco devido à sua escolha de partido.
Essa situação não é isolada. Em fevereiro deste ano, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, também deixou o PSDB para se filiar ao PSD, o que sinaliza uma possível debandada de importantes figuras do partido. Com a saída de Leite e Lyra, o PSDB atualmente conta apenas com o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, cujas intenções de permanecer no partido também estão em dúvida. A migração de líderes políticos para outras legendas pode indicar uma reconfiguração no panorama partidário brasileiro, afetando diretamente a luta por posições de relevância nas eleições futuras.
