Os detalhes desta conversa, que ocorreu em julho de 2022, indicam que Cunha estava otimista após o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) ter tomado a decisão favorável. Essa reviravolta é significativa, considerando que Cunha havia sido cassado em 2016 em um processo que o considerou culpado por manter um esquema de ocultação de bens no exterior e por receber propinas. Em suas mensagens, Cid parabenizou Cunha pela recuperação de sua elegibilidade, ao que este respondeu solicitando a intervenção de Bolsonaro junto à AGU, enfatizando que era o momento certo para isso.
Embora as mensagens não deixem claro se Cid efetivamente passou o pedido ao ex-presidente, é um fato que a AGU optou por não recorrer da decisão do TRF-1, permitindo que Cunha se tornasse elegível novamente para as eleições de 2022. No entanto, mesmo com essa nova chance na política, Cunha não conseguiu retornar ao Congresso, recebendo apenas 5.044 votos em sua tentativa de reeleição para deputado federal por São Paulo.
É importante destacar que Cunha foi uma figura central durante o impeachment da então presidente Dilma Rousseff, exercendo uma influência significativa no cenário político nacional. Sua cassação, que ocorreu em uma votação com um retorno esmagador de 450 votos a favor, marca um ponto crítico em sua carreira, especialmente devido ao contexto das operações da CPI da Petrobras, onde suas declarações foram contundentemente contestadas por provas de que ele possuía contas no exterior, algo que negava publicamente.
A relação entre Cunha, Cid e Bolsonaro representa não apenas uma manobra política, mas também a complexidade das interações nos altos escalões do poder brasileiro, revelando as articulações e busca por proteção legal entre figuras em situação vulnerável. A continuidade deste enredo político certamente despertará interesse e questionamentos sobre as influências e lealdades no ambiente governamental.