Nicolás Maduro, em um pronunciamento transmitido pelo canal estatal VTV, revelou estar finalizando reparos em duas instalações penitenciárias, Tocorón e Tocuyito, para onde serão enviados os manifestantes que classificou como “terroristas” e “delinquentes”. O anúncio foi feito pouco antes da líder opositora María Corina Machado, atualmente escondida devido às ameaças de prisão, convocar novas manifestações nacionais para o sábado.
Tocorón e Tocuyito, mencionadas por Maduro, são históricamente conhecidas como prisões controladas por poderosas quadrilhas criminosas. Tocorón, notoriamente, era a base de operações do temido Trem de Aragua, uma das maiores organizações criminosas da América Latina, que foi retomada pelas forças de segurança venezuelanas no ano anterior.
O presidente alegou que os manifestantes foram supostamente treinados em países como os Estados Unidos, Colômbia, Peru e Chile, e comprometeu-se a capturar todos os envolvidos, referindo-se a eles como membros de “quadrilhas de nova geração” que pretendem transformar a Venezuela em um “novo Haiti”. Seu discurso foi marcado por uma retórica dura e ameaças de “reeducação” dos detidos nas novas instalações prisionais.
Os protestos pós-eleitorais têm resultado em um saldo trágico, com pelo menos 11 civis e um militar mortos, segundo fontes oficiais. A oposição, no entanto, reivindica um número maior de vítimas, estimando ao menos 16 mortos, embora sem apresentar provas concretas.
Este cenário de conflito profundo atraiu a atenção de vários países e organizações internacionais, incluindo uma nota conjunta de Brasil, Colômbia e México que exigem comprovantes de votação de Nicolás Maduro. A pressão internacional se intensifica à medida que o Secretário de Estado dos EUA também reconhece a vitória de Edmundo González Urrutia, aumentando a tensão diplomática em uma crise que coloca a Venezuela sob os holofotes globais, enquanto seus cidadãos enfrentam uma crescente incerteza e violência política.