ECONOMIA – Vendas no Comércio Enfrentam Terceira Queda Consecutiva, Revela Pesquisa do IBGE sobre Retração e Perspectivas Econômicas Desafiadoras.

As vendas do comércio varejista no Brasil experimentaram um recuo de 0,1% entre maio e junho deste ano, conforme revelado pela Pesquisa Mensal de Comércio. Este é o terceiro mês consecutivo em que o setor apresenta resultados negativos, após quedas de 0,4% em maio e 0,3% em abril. Com isso, os números indicam um total de diminuição de 0,8% em relação a março, que é considerado o pico histórico de vendas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados desde o ano 2000.

Apesar desse cenário desolador para o comércio, o primeiro semestre de 2023 apresentou uma expansão acumulada de 1,8% e um aumento de 2,7% nos últimos 12 meses. Quando comparado a junho de 2022, houve uma leve alta de 0,3%. Cristiano dos Santos, gerente da pesquisa, descreve o movimento recente como indicativo de estabilidade, embora enfatize uma clara tendência de baixa.

O especialista aponta que a redução nas vendas pode ser atribuída a fatores como a limitação do crédito, resultado da alta taxa de juros, além da inflação persistente. Confira-se que a inflação oficial está acima da meta estipulada pelo governo, que é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O Banco Central tem adotado medidas rigorosas, elevando as taxas de juros para conter o crescimento inflacionário.

Entretanto, Cristiano também reconhece indicadores positivos, ressaltando que o nível de emprego e o aumento da renda têm impulsionado o consumo. Recentemente, o Brasil registrou uma taxa de desemprego de 5,8%, a menor já documentada na série histórica do IBGE, iniciada em 2012.

Analisando os setores, cinco das oito categorias avaliadas apresentaram retração, incluindo equipamentos de escritório, livrarias e artigos farmacêuticos. Por outro lado, segmentos como vestuário e combustíveis mostraram crescimento, embora modesto.

No contexto do comércio varejista ampliado, que agrega operações de atacado, foi observada uma queda ainda mais acentuada de 2,5% entre maio e junho, embora a expansão nos últimos 12 meses tenha sido de 2%. Estes dados revelam um cenário misto para o comércio brasileiro, onde fatores estruturais e conjunturais continuam a moldar um panorama desafiador.

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