ECONOMIA –

Trabalhadores se Sentem Seguros: 53,8% Não Esperam Perder Emprego em Seis Meses, Revela Nova Pesquisa

Uma pesquisa recente revela que mais da metade dos trabalhadores brasileiros, cerca de 53,8%, não acredita que perderá seu emprego ou fonte de renda nos próximos seis meses. Desse total, 42,3% consideram essa possibilidade improvável e 11,5% afirmam que é muito improvável. Por outro lado, 13,8% dos entrevistados acreditam que a chance de perder o emprego é provável e apenas 2,8% a consideram como muito provável. Quase um terço, 29,7%, não soube opinar sobre a questão.

Esses dados provêm de uma sondagem elaborada pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). Segundo Rodolpho Tobler, um dos responsáveis pela pesquisa, o nível relativamente baixo de trabalhadores que se sentem inseguros em relação a seus empregos é um indicativo de um mercado de trabalho aquecido. A taxa de desemprego no Brasil está em níveis mínimos históricos, o que traz uma sensação de segurança para os trabalhadores, tanto em suas ocupações atuais quanto em possíveis realocações.

Entretanto, Tobler alerta que a expectativa de uma desaceleração econômica pode influenciar essa percepção positiva no futuro. Ele destaca que, com a economia brasileira passando por um momento de arrefecimento, é provável que o panorama de segurança no emprego não se mantenha por muito tempo.

Complementando a análise, os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de desemprego no segundo trimestre foi de 5,8%, a mais baixa desde o início da série histórica em 2012. O rendimento médio do trabalhador também atingiu um recorde de R$ 3.477, assim como o número de trabalhadores com carteira assinada, que alcançou 39 milhões.

Entretanto, o aumento das taxas de juros, atualmente em 15% ao ano, gerado pelo Banco Central para controlar a inflação, representa um desafio. Essa elevação torna empréstimos mais caros e pode desestimular investimentos, impactando negativamente a atividade econômica e, consequentemente, o mercado de trabalho.

Além disso, a pesquisa da FGV analisa a relação entre renda e segurança no emprego. O estudo aponta que quanto maior a faixa de renda, maior a percepção de estabilidade: apenas 32,6% dos que ganham até um salário mínimo se sentem seguros, enquanto esse percentual sobe para 62,4% entre aqueles que recebem acima de três salários mínimos.

Ainda em sua terceira edição, a sondagem abrange diferentes aspectos da vida trabalhista, incluindo a satisfação no trabalho. Os resultados mostram que 59,7% dos trabalhadores estão satisfeitos com suas ocupações. Apesar disso, uma quantidade significativa ainda relata preocupações em relação à proteção social, com 33,5% se sentindo muito desprotegidos e apenas 28,7% considerando-se protegidos.

Em resumo, enquanto o cenário atual do mercado de trabalho apresenta alguns indicadores positivos, a incerteza econômica e a instabilidade nas taxas de juros podem levar a mudanças no sentimento de segurança dos trabalhadores a médio e longo prazo.

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