Segundo informações divulgadas pelo Tesouro Nacional, a demanda pelos títulos superou significativamente o valor emitido, alcançando um pico de cerca de US$ 6,5 bilhões. A participação dos investidores estrangeiros foi expressiva, com 64% dos compradores provenientes da Europa e América do Norte, e 28% da América Latina, incluindo o Brasil.
A taxa obtida na emissão dos papéis de dez anos atingiu 6,75% ao ano, representando um aumento em relação ao rendimento de 6,35% ao ano obtido na última emissão desse tipo de papel, ocorrida em janeiro do ano passado. Essas taxas para os papéis de dez anos foram as mais altas registradas desde fevereiro de 2005, quando o governo brasileiro obteve juros de 7,9% ao ano.
Os juros básicos nos Estados Unidos têm se mantido estáveis entre 4,25% e 4,5% ao ano desde dezembro, após um período de alta. O aumento dessas taxas nos EUA tem impacto direto nos juros dos títulos brasileiros no exterior, que também aumentaram em relação às emissões anteriores.
O spread, que representa a diferença entre os títulos brasileiros de dez anos e os títulos do Tesouro norte-americano com o mesmo prazo, registrou uma queda. A diferença entre as taxas dos papéis brasileiros e norte-americanos foi de 220 pontos-base, a menor desde novembro de 2019.
Os recursos captados no exterior serão incorporados às reservas internacionais do Brasil em 25 de fevereiro. O Tesouro Nacional destaca que as emissões de títulos no exterior não têm como principal objetivo reforçar as divisas do país, mas sim proporcionar um referencial para empresas brasileiras que desejam captar recursos no mercado financeiro internacional.
