ECONOMIA – Taxa Selic permanece em 15% ao ano; Banco Central destaca incertezas e necessidade de cautela na política monetária para controlar a inflação.

O recente cenário econômico brasileiro tem mostrado um recuo na inflação e uma desaceleração na atividade econômica, levando o Banco Central (BC) a tomar a decisão de não alterar a taxa de juros. Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por manter a Taxa Selic em 15% ao ano, uma escolha que não surpreendeu os analistas do mercado financeiro, que já aguardavam essa postura.

Em comunicado oficial, o Copom deixou claro que não há previsões sobre quando os cortes na taxa de juros podem começar. O comitê reiterou que o atual cenário continua envolto em incertezas, justificando a cautela na condução da política monetária. A estratégia do BC, segundo o comunicado, é de manter a Selic em seu nível atual por um período prolongado, a fim de garantir a convergência da inflação rumo à meta estabelecida.

Essa decisão é a quarta consecutiva em que os juros permanecem inalterados, mantendo-se no seu maior patamar desde julho de 2006, quando chegou a 15,25%. A necessidade de acompanhar a evolução da inflação foi uma das razões que levaram o BC a elevar a Selic, que já havia chegado a 10,5% ao ano em maio do ano passado antes de ser ajustada.

No que diz respeito à inflação, a Selic é um dos principais instrumentos utilizados pelo Banco Central para controlar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em novembro, a inflação foi registrada em apenas 0,18%, o menor índice para o mês desde 2018, acumulando uma alta de 4,46% ao longo do ano, que, por sua vez, se encontra dentro do intervalo previsto pela nova meta de inflação, estabelecida em 3% com uma tolerância de 1,5 ponto percentual.

O modelo de metas contínuas, que entrou em vigor em janeiro, modifica a forma como a inflação é monitorada, permitindo uma apuração mensal. Assim, a inflação é avaliada com base nos dados acumulados a cada 12 meses, proporcionando uma abordagem mais dinâmica para o controle inflacionário.

As expectativas do mercado, por sua vez, têm se mostrado otimistas, com projeções que indicam uma inflação final para 2025 em torno de 4,4%, levemente acima do teto da meta estabelecida. Se por um lado o aumento da taxa Selic ajuda a manter a inflação sob controle, sua manutenção em níveis elevados pode dificultar o crescimento econômico. No mais recente Relatório de Política Monetária, o Banco Central revisou para baixo sua expectativa de crescimento do PIB para 2025, passando de 2,1% para 2%, enquanto analistas do mercado projetam uma expansão um pouco mais otimista de 2,25%.

Essas dinâmicas ressaltam a complexidade da condução da política monetária: enquanto juros mais altos dificultam o crescimento e encarecem o crédito, eles são essenciais para conter um excesso de demanda que pode pressionar os preços para cima. Portanto, o Banco Central destaca que qualquer movimento em direção à redução da Selic será decidido com base na estabilidade e no controle da inflação.

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