ECONOMIA – Taxa de Juros Selic a 15%: Copom Indica Manutenção Prolongada em Meio a Inflacionárias Pressões por Demanda Quente e Cenário Econômico Desafiador.

Em meio a expectativas inflacionárias que superam as metas estabelecidas, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano por um “período prolongado”. Essa decisão, revelada na ata divulgada pelo Banco Central, destaca que a recente elevação da taxa, agora em 15%, busca assegurar que o nível atual é suficiente para convergir a inflação à meta estabelecida.

O Copom ressalta que os núcleos de inflação vêm se mantendo elevados, o que se traduz em uma necessidade de política monetária mais restritiva ao longo do tempo. Essa postura, segundo o comitê, é necessária devido à pressão da demanda, que exige um controle mais rigoroso da inflação. A ata destaca que, apesar de um cenário inflacionário adverso, há sinais de alívio, especialmente na dinâmica dos preços dos alimentos, que apresentaram uma performance melhor do que o esperado nos últimos meses.

A Selic, principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), continua a desempenhar papel central nas decisões econômicas. Recentemente, o IPCA registrou uma desaceleração para 0,26%, acumulando, nos últimos doze meses, uma alta de 5,32%, que se encontra acima do teto da meta oficialmente estabelecida.

Com um novo sistema de metas em vigor desde janeiro, que considera a inflação mês a mês, a meta do BC é de 3%, com variações permitidas entre 1,5% e 4,5%. Essa abordagem dinâmica permite uma avaliação contínua e não apenas em períodos específicos do ano, facilitando a adaptação da política monetária às flutuações econômicas.

O Copom também considera o cenário internacional como adverso e incerto, especialmente em função das políticas econômicas dos Estados Unidos e das tensões geopolíticas no Oriente Médio. Tais fatores podem influenciar os preços do petróleo e, consequentemente, a economia global, exigindo precaução na condução da política monetária.

Lidando com um ambiente complexo, o comitê observa um mercado de trabalho dinâmico, caracterizado pela criação robusta de empregos formais e uma taxa de desemprego em queda. Embora o cenário interno mostre sinais de moderada recuperação, o crescimento econômico deve ser monitorado com cautela, pois indicadores recentes sugerem uma desaceleração em setores-chave como comércio e indústria.

Diante desse cenário multifacetado, o Copom optou por aumentar a Selic em 0,25 ponto percentual, afirmando que a resiliência da economia complexifica a convergência da inflação às metas. O comitê antecipa que os efeitos dessa taxa contracionista levarão tempo para se manifestar, reafirmando a necessidade de monitorar a situação antes de considerar qualquer nova alteração nas taxas de juros.

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