ECONOMIA – Taxa de juros deve começar a cair de forma sustentável em 2024, afirma ministro da Fazenda Fernando Haddad em evento em São Paulo.

Na manhã desta segunda-feira, 22 de outubro, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, compartilhou suas expectativas em relação à trajetória das taxas de juros no Brasil. Durante um evento realizado em São Paulo, o ministro expressou sua convicção de que a taxa básica de juros começará a cair de maneira “consistente e sustentável” em um futuro próximo. Embora tenha se esquivado de fornecer prazos exatos ou previsões detalhadas, Haddad enfatizou que, no próximo ano, ele acredita que “as coisas vão melhorar muito” para a economia brasileira.

Haddad elucidou que sua expectativa se baseia na análise dos atuais indicadores de inflação, do comportamento do dólar e de diversos fatores que estão moldando o cenário econômico. Para ele, esses elementos indicam que mudanças significativas no panorama econômico podem se concretizar em um curto espaço de tempo. “Acho que os juros vão começar a cair e vão cair, na minha opinião, de forma consistente e de forma sustentável”, disse o ministro, expressando otimismo em relação ao futuro da economia.

Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, um instrumento crucial para controlar a inflação através da contenção do crédito e do desaquecimento da economia. No comunicado que acompanhou a decisão, o Copom apontou a incerteza do ambiente econômico externo, particularmente em relação à política econômica nos Estados Unidos, como um dos motivos para a manutenção da taxa.

Durante sua participação no “Macro Day”, promovido pelo banco BTG Pactual, Haddad também abordou a complexidade que envolve a alta taxa de juros no Brasil, destacando que a questão fiscal é apenas uma das variáveis em jogo. “Existem outras coisas que explicam o juro no Brasil. O fiscal é muito importante, mas não é a única explicação”, ressaltou.

O ministro também fez um apelo pela colaboração entre os diferentes poderes do governo, afirmando que a política fiscal não é uma responsabilidade exclusiva do Executivo, mas deve envolver também o Judiciário e o Congresso Nacional. Para Haddad, é essencial que haja um diálogo aberto com os parlamentares para ajustar regras que garantam a sustentabilidade do arcabouço fiscal no longo prazo. “Precisamos criar as condições políticas para que isso aconteça”, concluiu, evidenciando a necessidade de uma abordagem cooperativa na construção de um ambiente econômico mais estável.

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