ECONOMIA – Taxa de juros alta é maior desafio econômico do Brasil, supera impacto do tarifaço dos EUA, afirma ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.

Na última quarta-feira, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, fez declarações contundentes sobre os desafios atuais da economia brasileira, destacando que a taxa básica de juros, fixada em 15% ao ano, é um problema mais grave do que as tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil. Em um cenário em que a criação de empregos formais apresentou uma das menores taxas desde 2020, essa análise revela a preocupação do governo com a recuperação do mercado de trabalho.

Marinho afirmou que a alta dos juros impacta diretamente a atividade econômica e, consequentemente, o emprego. O Banco Central define essa taxa em reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), e o ministro pediu urgentemente a redução dos juros para sustentar a atividade econômica. “Peço para o santo dos juros baixar esse juro, esse é o principal problema, maior que o tarifaço”, declarou, enfatizando que essa medida é essencial para evitar uma deterioração ainda maior do mercado de trabalho.

Jetando um olhar sobre o contexto internacional, Marinho também alertou sobre o impacto que a política tarifária do governo de Donald Trump poderia ter sobre o Brasil, prevendo uma possível perda de até 320 mil empregos. Contudo, ele se mostrou otimista, indicando que as medidas de apoio do governo, como a oferta de R$ 40 bilhões em crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas exportadoras afetadas, permitem vislumbrar uma saída para essa crise.

Durante a coletiva, o ministro abordou outro tema polêmico: a pejotização. Ele criticou a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) validar contratos de prestação de serviços através de pessoas jurídicas, algo que, segundo ele, representa um perigo para a Previdência Social e os direitos trabalhistas. Marinho classificou essa prática como “uma fraude trabalhista” e um “crime contra a ordem econômica”. A discussão sobre a legalidade da pejotização está em pauta no STF, onde o relator, ministro Gilmar Mendes, sugeriu que o julgamento poderia ocorrer ainda este ano, reforçando a relevância do tema para o futuro das relações trabalhistas no Brasil.

Portanto, o cenário econômico brasileiro se revela complexo, com desafios internos, como a alta da taxa de juros, e externos, provenientes de políticas internacionais. A união dessas questões demanda decisões rápidas e efetivas para assegurar a estabilidade e o crescimento do emprego no país.

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