A expectativa é que os cafeicultores brasileiros, diante do aumento dos custos de exportação, se vejam forçados a redirecionar grande parte de sua produção para outros mercados. Essa mudança exigirá estratégias logísticas e comerciais ágeis, a fim de minimizar prejuízos e manter a competitividade no cenário internacional. O Brasil é o maior exportador de café do mundo, e os Estados Unidos representam o principal destino para essa commodity, absorvendo cerca de 23% das exportações brasileiras, principalmente da variedade arábica, essencial para a indústria de torrefação americana.
Com a imposição da nova taxa, a viabilidade de várias vertentes da cadeia produtiva, que inclui torrefadoras, cafeterias e redes de varejo, poderá ser comprometida. Os Estados Unidos, sendo um país que não produz café, acaba dependendo das importações e, portanto, o aumento do custo dessas importações poderá afetar os preços ao consumidor final e repercutir na formulação de blends tradicionais que utilizam os grãos brasileiros como base.
A situação se agrava ainda mais, uma vez que o café não foi incluído na lista de exceções da nova ordem executiva do presidente dos EUA, que traz cerca de 700 produtos que estão isentos da taxa, como sucos, minérios e combustíveis. O Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé) já iniciou tratativas em busca de reverter essa decisão, argumentando a importância do café para a economia e cultura tanto do Brasil quanto dos Estados Unidos.
As consequências dessa nova realidade ainda são incertas, mas o setor cafeeiro brasileiro se prepara para um período desafiador enquanto tenta manter sua relevância no mercado internacional. A mobilização para inclusão do café na lista de exceções é um passo crucial nessa batalha.