O índice que mensura a expectativa de exportações para os próximos seis meses sofreu uma queda acentuada de 5,1 pontos em agosto, reduzindo-se para 46,6 pontos. É crucial notar que um valor inferior a 50 pontos sinaliza um consenso entre os empresários de que as exportações do setor devem diminuir. A analista da CNI, Isabella Bianchi, destacou que essa piora está intimamente atrelada às incertezas geradas pelas novas políticas comerciais implementadas pelos EUA.
Esse cenário já reflete no mercado de trabalho, onde, apesar de um aumento na produção industrial, houve uma diminuição no número de empregados. O índice de expectativa de criação de vagas caiu para 49,3 pontos, indicando que empresas não esperam uma ampliação no quadro de funcionários nos próximos meses. A produção, embora tenha avançado, com um índice de 52,6 pontos em julho, contrasta com a preocupação com a demanda.
Além disso, os empresários estão revelando um menor apetite para investimentos. O índice de intenção de investimento diminuiu para 54,6 pontos, o menor patamar desde outubro de 2023, embora ainda esteja acima da média histórica. A utilização da capacidade instalada nas indústrias estabilizou em 71%, um índice considerado positivo, mas sem crescimento significativo.
A pesquisa consultou 1.500 empresas, abrangendo diferentes portes, entre 1º e 12 de agosto de 2025. Esses dados ilustram um panorama desafiador para a indústria nacional, que enfrenta um dilema entre aumento da produção e a expectativa de demissões e retração no mercado de trabalho. A combinação de um cenário global incerto e tarifas protecionistas levanta preocupações sobre a saúde da economia brasileira nos próximos meses.