ECONOMIA – Tarifas Comerciais de Trump Suspensas: Mercado Financeiro Diminui Turbulências com Queda do Dólar e leve Recúo do Ibovespa.

Na última quinta-feira, o mercado financeiro brasileiro apresentou um comportamento menos volátil, influenciado pela suspensão das tarifas comerciais decretadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Esse movimento foi suficiente para diminuir incertezas relacionadas ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e refletiu diretamente nas cotações do dólar e nas ações da bolsa.

O dólar comercial finalizou o dia cotado a R$ 5,666, apresentando uma ligeira queda de R$ 0,029, o equivalente a 0,5%. Durante o dia, a moeda americana teve um desempenho instável, alcançando o patamar de R$ 5,64 por volta das 12h, mas fechou o dia próximo a R$ 5,67, especialmente após a decisão judicial que reestabeleceu as tarifas comerciais de Trump. Apesar do recuo em um único dia, a moeda norte-americana acumula alta de 0,35% no decorrer da semana e uma leve queda de 0,17% em maio. No entanto, é importante destacar que, no acumulado do ano, a divisa apresentou uma desvalorização de 8,3%.

Por outro lado, o mercado acionário brasileiro, representado pelo índice Ibovespa da B3, encerrou com uma leve queda de 0,25%, fechando aos 138.534 pontos. O índice chegou a registrar uma ligeira alta no início da tarde, mas a expectativa de restabelecimento das tarifas de Trump influenciou o comportamento negativo das ações, evidenciando um dia de cautela entre os investidores.

Um aspecto relevante para a sala de mercado foi a decisão de um tribunal de comércio dos Estados Unidos que revogou grande parte das tarifas aplicadas por Trump, que variavam entre 10% e 50% para diversos países, por um período de 90 dias. Contudo, no final do dia, uma liminar foi concedida para reinstituir essas tarifas temporariamente enquanto o caso está sob análise judicial. Caso as taxas sejam canceladas, a administração Biden se prepara para recorrer à Corte Suprema.

Internamente, a bolsa também sentiu o impacto de fatores econômicos. A divulgação de que a taxa de desemprego no Brasil atingiu o menor nível desde 2012 trouxe novas preocupações, pois alimentou a expectativa de que o Banco Central possa manter juros elevados por mais tempo para conter a inflação e evitar um aquecimento excessivo da economia. Além disso, a decisão do Congresso Nacional de conceder um prazo de dez dias para o governo encontrar soluções alternativas ao aumento do IOF intensificou as apreensões em relação ao equilíbrio fiscal.

Apesar das tensões internas e externas, a influência do comércio internacional parece ter trazido um certo alívio, contrabalançando as pressões tanto sobre o dólar quanto sobre a bolsa no Brasil. Contudo, o cenário continua em evolução e demanda atenção dos agentes de mercado, dado o histórico de volatilidade global e as nuances da política interna.

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