ECONOMIA – Tarifa de 50% de Trump: 44,6% das exportações brasileiras aos EUA ficam isentas, mas 36% ainda serão afetadas por novas taxas.

O recente aumento de tarifas imposto pelo governo dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump impacta significativamente as exportações brasileiras. Um estudo feito pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) indica que 44,6% das exportações brasileiras para os EUA estão isentas da nova sobretaxação, mas a medida provocará uma alteração substantiva no comércio bilateral.

A elevação das tarifas, que chega a 50%, abrange produtos que, mesmo excluídos dessa nova taxação, ainda pagarão tarifas de até 10%. Esses itens, que incluem produtos como aviões, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro, permanecerão sujeitos a custos adicionais estabelecidos em uma lista previamente definida. No total, a nova medida afetará cerca de 35,9% das exportações brasileiras para o mercado norte-americano.

Além disso, há uma parte significativa das vendas brasileiras que sofrerá tarifas específicas, com um total de 19,5% das exportações afetadas. Essas tarifas, com base em questões de segurança nacional, têm incidência sobre produtos como autopeças e automóveis, que enfrentam uma taxa de 25% desde maio. O contexto se agrava para os setores de aço, alumínio e cobre, que já enfrentam uma alíquota de 50%, configurando-se entre os bens mais penalizados.

Apesar do cenário adverso, 64,1% das exportações brasileiras continuam a competir em condições semelhantes com produtos de outras nações nos EUA. Esse percentual resulta da soma dos itens que estão isentos da sobretaxação e daqueles que, embora incidentes, não enfrentam uma diferença de competitividade tão acentuada.

O Mdic também ressalta que os produtos já em trânsito para os EUA não serão afetados pelas novas tarifas. A definição da lista de exceções e o cálculo de impacto se basearam nas vendas previstas para o ano de 2024. O governo brasileiro aguarda esclarecimentos sobre especificidades de produtos que possam eventualmente ser removidos da lista de exceções, numa tentativa de atenuar os efeitos das novas taxas sobre o comércio.

Em suma, enquanto uma parte significativa das exportações brasileiras continua a se firmar no mercado americano, as novas medidas tarifárias suscitam dúvidas e preocupações sobre o futuro do comércio bilateral.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo