ECONOMIA – Superávit da balança comercial brasileira cai 41% em setembro, o pior resultado para o mês em uma década, impactado por importações de petróleo.

Em setembro, o Brasil registrou uma significativa diminuição em seu superávit comercial, influenciada pela importação de uma plataforma de petróleo de Singapura. O saldo positivo na balança comercial mostrou-se em US$ 2,99 bilhões, uma queda alarmante de 41,1% em comparação ao mesmo mês do ano passado, quando o superávit atingiu US$ 5,08 bilhões. Este resultado marca o pior desempenho para setembro nos últimos dez anos, segundo dados revelados esta semana pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

No acumulado do ano, de janeiro a setembro, o país apresenta um superávit de US$ 45,478 bilhões, o que indica uma queda de 22,5% em relação ao período correspondente do ano anterior. Apesar da diminuição do superávit, as exportações em setembro alcançaram a marca recorde de US$ 30,53 bilhões, representando um aumento de 7,2% em relação a setembro de 2024. Por outro lado, as importações também tiveram um crescimento considerável, somando US$ 27,541 bilhões, o que equivale a um aumento de 17,7% em relação ao ano anterior.

Analisando o desempenho das mercadorias exportadas, o volume total cresceu 10,2%, embora os preços médios tenham caído 2,5% em comparação ao mesmo mês do ano passado. Do lado das importações, o volume de bens adquiridos aumentou 6,2%, e os preços médios subiram 1,6%.

Em relação às categorias dos produtos exportados, a agropecuária se destacou com um crescimento de 18%. Dentro deste setor, produtos como milho, soja e café apresentaram aumentos expressivos em suas exportações. A indústria extrativa também teve um desempenho positivo, enquanto a indústria de transformação, embora com crescimento mais modesto, apresentou resultados significativos em itens como ouro e carne bovina.

Quanto às importações, a principal contribuição para o aumento do volume foi impulsionada pela compra de bens de capital, que cresceu 73,2%. A indústria também registrou aumentos nas importações de fertilizantes e motores.

O Ministério também atualizou as projeções para 2025, elevando as expectativas para o superávit comercial e as exportações, ao mesmo tempo que reduziu as previsões para as importações. Essa revisão reflete uma adaptação às novas condições do mercado global e suas implicações para a economia brasileira. As expectativas do Ministério, porém, são mais cautelosas em comparação às previsões de instituições financeiras, que antecipam um superávit ainda maior.

Esses dados revelam um cenário desafiador para a balança comercial do Brasil, indicando a necessidade de vigilância constante sobre as dinâmicas de comércio exterior e seus impactos na economia nacional.

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