O levantamento analisou a situação financeira ao longo de 40 trimestres e evidenciou que os pequenos empresários industriais têm encontrado obstáculos para obter crédito, com indicadores abaixo da média histórica em diversos períodos. Em 2016, o Índice de Situação Financeira atingiu seu pior resultado, com 29,5 pontos, refletindo as dificuldades de acesso ao crédito em um cenário de taxa Selic elevada.
No entanto, em meados de 2020, o indicador registrou um aumento significativo, atingindo 43,1 pontos, impulsionado pela redução da taxa Selic e pela implementação de programas de apoio às micro e pequenas empresas, como o Pronampe e o PEAC. Mesmo assim, o Índice de Situação Financeira nunca ultrapassou os 50 pontos, mantendo uma avaliação desfavorável, principalmente devido à persistente dificuldade de acesso ao crédito.
Além das questões relacionadas ao crédito, as pequenas indústrias também têm enfrentado desafios em relação à carga tributária, que tem impactado seu faturamento ao longo dos anos. No final de 2023, os empresários do setor apontaram a elevada carga tributária, a demanda interna insuficiente e a competição desleal como os principais problemas enfrentados.
Apesar das adversidades, as pequenas empresas têm demonstrado resiliência e expansão. O total de micro e pequenas indústrias no país aumentou, empregando mais de 3,4 milhões de trabalhadores formais e contribuindo significativamente para a economia. A confiança do empresário, medida pelo ICEI, está acima da linha divisória de 50 pontos em janeiro de 2024, indicando otimismo em relação às condições atuais e futuras.
No entanto, embora haja um cenário de confiança, os empresários demonstram cautela em relação a investimentos e contratações, com o Índice de Perspectivas da Pequena Indústria abaixo da linha divisória. Medidas de apoio, como o programa Novo Brasil Mais Produtivo e o Procompi, visam impulsionar a competitividade e reduzir custos, criando oportunidades para o crescimento e a expansão das pequenas indústrias no país.