ECONOMIA – Sindicalistas Protestam Contra Altas Taxas de Juros e Pedem Saída do Presidente do Banco Central

Nesta terça-feira (30), centrais sindicais e sindicatos de diversas categorias se uniram em um protesto em frente ao prédio do Banco Central, localizado na Avenida Paulista, coração financeiro de São Paulo. A manifestação, que recebeu o nome de “Menos Juros, Mais Empregos”, teve como principal objetivo criticar a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em um patamar considerado elevado pelos manifestantes. Além disso, os protestantes também clamaram pela saída do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Sérgio Nobre, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), foi veemente ao condenar os atuais 10,5% ao ano da Selic, destacando que essa é a segunda maior taxa de juros do mundo. “A taxa de juros, no atual patamar de 10,5% ao ano, a segunda maior do planeta, é criminosa. Elimina investimento produtivo e promove a maior transferência de riqueza dos mais pobres para os mais ricos”, declarou Nobre, ecoando as preocupações de muitos trabalhadores e economistas críticos da atual política monetária do Banco Central.

De acordo com as centrais sindicais, as justificativas apresentadas por Campos Neto para a manutenção da elevada taxa de juros são infundadas. Entre os argumentos do presidente do Banco Central, destacam-se as questões fiscais, o equilíbrio econômico e o controle da inflação. Porém, a CUT argumenta que todos os principais indicadores econômicos do país têm mostrado significativa melhora desde o início de 2023, incluindo a queda da inflação, o crescimento econômico e a elevação do nível de empregos.

João Carlos Gonçalves, conhecido como Juruna e secretário-geral da Força Sindical, enfatizou a importância da união entre as centrais sindicais e lembrou que os protestos ocorreram simultaneamente em todas as capitais do país. “Apesar da chuva em São Paulo, as centrais sindicais manifestaram sua oposição à taxa de juros existente no país. Nós acreditamos que reduzir a taxa de juros é gerar mais empregos, alavancar a produção nacional, as indústrias e, ao mesmo tempo, o consumo e o comércio”, afirmou Juruna, reforçando o impacto abrangente que uma redução na Selic poderia ter na economia brasileira.

Os protestos coincidiram com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que ocorre a cada 45 dias para definir a taxa de juros no país. Com a alta taxa de juros mantida pelo Copom, o debate entre autoridades monetárias e representantes dos trabalhadores se intensifica, trazendo à tona questões cruciais sobre o caminho a ser seguido para garantir um crescimento econômico inclusivo e sustentável.

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