O destaque ficou para as exportações brasileiras, que cresceram 9,1% no ano, impulsionadas pela desvalorização do real em relação ao dólar e pelo aumento dos preços das commodities no mercado internacional. Setores como agropecuária e extrativismo mineral se beneficiaram desses fatores, contribuindo para o saldo positivo do comércio exterior. A pesquisadora do IBGE, Rebeca Palis, ressaltou a importância do clima favorável e dos investimentos na agropecuária para esse resultado.
Além disso, a queda de 1,2% nas importações também teve impacto positivo no cálculo do Produto Interno Bruto (PIB), favorecendo a balança comercial do país. Por outro lado, a demanda interna foi impulsionada pelo crescimento de 3,1% no consumo das famílias, influenciado pela melhoria do mercado de trabalho, aumento da massa salarial real e medidas governamentais de transferência de renda.
No entanto, o elevado endividamento das famílias e a taxa básica de juros, a Selic, em níveis acima do ano anterior, limitaram o potencial de crescimento no consumo. O investimento também registrou uma queda de 3%, refletindo o desempenho negativo nos setores da construção e em máquinas e equipamentos.
No que diz respeito à produção, a agropecuária foi o setor com maior contribuição para o PIB, registrando um crescimento de 15,1%, o maior desde 1996. A indústria extrativa mineral e o setor de eletricidade, água, gás e esgoto também apresentaram resultados positivos, enquanto a indústria da transformação e a construção tiveram quedas.
Os serviços tiveram um crescimento médio de 2,4%, com destaque para as atividades financeiras e de seguros. O PIB per capita também aumentou 2,2% em 2023, conforme os dados divulgados pelo IBGE.
No geral, o desempenho econômico do Brasil em 2023 foi marcado por um forte impulso do setor externo, complementado por avanços na demanda interna e na produção, consolidando o país como uma das economias em crescimento naquele ano.










