ECONOMIA – Setor de Alimentação Fora do Lar Registra Menor Índice de Prejuízos Desde o Início da Pandemia em Agosto de 2023

Em agosto de 2023, o setor de alimentação fora do lar no Brasil apresentou um respiro significativo, com a menor taxa de empresas operando com prejuízo desde o início da pandemia de Covid-19. Dados recentes revelam que apenas 16% dos estabelecimentos encerraram o mês no vermelho, enquanto 43% registraram lucro e 40% mantiveram suas operações estáveis. Esse panorama evidencia um movimento de recuperação que não era observado há anos.

Paulo Solmucci, presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), interpreta esses números como uma virada crucial para o setor. Ele enfatiza que a diminuição dos prejuízos indica que muitos bares e restaurantes estão se adaptando melhor às condições econômicas desafiadoras. Segundo Solmucci, a superação de um período extremamente difícil é um alívio tanto para os empresários quanto para a economia em geral.

Além do desempenho positivo em relação ao lucro, o faturamento mensal também teve um impulso. Em agosto, 39% das empresas observaram um crescimento em suas receitas em comparação a julho, superando os 34% que experimentaram queda. A estabilidade foi mantida em 27% dos casos, o que sugere um cenário de equilíbrio em meio a um ambiente econômico instável.

Apesar da inflação acumulada de 5,13% nos últimos 12 meses, muitos empresários conseguiram ajustar seus preços. Ao todo, 36% das empresas aplicaram reajustes de preços alinhados com a inflação, um aumento de cinco pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, 20% optaram por aumentos inferiores ao índice inflacionário, enquanto 6% repassaram valores superiores. Notavelmente, 38% dos estabelecimentos mantiveram seus preços inalterados.

Outro indicativo de recuperação é a queda nos níveis de inadimplência. Atualmente, 64% das empresas estão sem débitos pendentes, um avanço significativo em comparação com os últimos anos. No entanto, aqueles que ainda enfrentam dificuldades mencionam atrasos relacionados a impostos federais, estaduais e empréstimos bancários como os principais obstáculos.

Solmucci ressalta que fatores como um gerenciamento financeiro mais rigoroso e a redução do desemprego estão impulsionando esse processo de recuperação. Ele acredita que a diminuição do desemprego é vital, pois aumenta a renda disponível das famílias e, consequentemente, estimula o consumo fora de casa. Esse cenário positivo traz mais segurança para os empresários e sustenta a expectativa de um crescimento contínuo nos próximos meses, evidenciando a resiliência do setor de alimentação fora do lar no Brasil.

Sair da versão mobile