Galípolo enfatizou que, embora a principal função do Banco Central seja assegurar que a inflação se mantenha dentro da meta estabelecida, o processo para alcançar essa meta tem sido lento. Ele mencionou que o Brasil já descumpriu a meta de inflação em duas ocasiões, particularmente no final de 2024 e em meados de 2025, o que torna a necessidade de uma política monetária restritiva ainda mais relevante. Durante sua palestra, intitulada “Conectando o Presente e o Futuro”, o presidente do BC detalhou que essa abordagem busca convergir a inflação para a meta definida, que é de 3%, com uma variação permitida de 1,5% para cima ou para baixo.
Galípolo explicou o complexo funcionamento da relação entre a Selic e a inflação, ressaltando que, em um cenário inflacionário, é necessário que a taxa de juros seja ajustada de maneira mais intensa para garantir que a inflação não saia da trajetória desejada. Ele destacou que a situação atual exige uma vigilância constante para que a política monetária se mantenha eficaz e atenda às necessidades econômicas do país.
O presidente também abordou a aparente contradição entre a taxa de juros elevada e o crescimento econômico do Brasil. Galípolo sugere que a resiliência da renda, impulsionada por uma política tributária mais progressiva e programas de distribuição de renda, pode estar contribuindo para um desempenho econômico surpreendente, mesmo em um ambiente de juros restritivos. Ele apontou que o Brasil alcançou seu menor nível de desemprego histórico, o que, segundo ele, pode estar gerando um efeito positivo na demanda e no consumo, vitalizando, assim, a economia nacional. Com essa combinação de fatores, Galípolo expressou otimismo cauteloso quanto à capacidade do país de se manter dinâmico frente às adversidades do cenário econômico global.