ECONOMIA – “Saldo positivo da balança comercial atinge maior resultado histórico de US$ 8,959 bilhões”

No mês de outubro, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 8,959 bilhões, impulsionado pela redução das importações de combustíveis e pela safra recorde de soja. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, esse é o melhor resultado para o mês de outubro desde o início da série histórica em 1989, representando um aumento de 140,1% em relação ao mesmo período do ano passado, considerando a média diária.

Com esse resultado, a balança comercial acumula um superávit de US$ 80,212 bilhões nos primeiros dez meses deste ano, o maior valor já registrado para esse período. Desde agosto, o saldo positivo acumulado já ultrapassa o recorde de superávit comercial de todo o ano de 2022, que foi de US$ 61,525 bilhões.

Em relação às exportações e importações do mês de outubro, as vendas para o exterior ficaram praticamente estáveis, com um total de US$ 29,484 bilhões, uma queda de 0,7% em relação ao mesmo mês de 2022. Já as importações despencaram, alcançando o valor de US$ 20,525 bilhões, uma redução de 20,9% no mesmo período.

Na categoria de exportações, o destaque fica por conta da safra recorde de grãos, que compensaram a queda nos preços internacionais de algumas commodities. No setor agropecuário, o volume de mercadorias exportadas aumentou 28,8% em outubro em comparação com o mesmo mês do ano anterior, enquanto os preços desses produtos caíram 16,2%. Na indústria extrativa, houve um aumento de 35,3% no volume exportado, com aumento de 3,5% nos preços médios.

Em relação aos principais produtos exportados, os destaques foram os animais vivos, exceto pescados ou crustáceos (+147,7%), as frutas e nozes não oleaginosas (+20,5%) e a soja (+12,2%). O valor absoluto em destaque é a soja, com um aumento de US$ 559,3 milhões em relação a outubro do ano passado. Apesar da queda de 14,9% no preço médio, o volume de embarques de soja aumentou 31,8% devido à safra recorde.

Já em relação às importações, os principais recuos foram registrados nos itens como trigo e centeio não moídos (-40,7%), milho não moído (-52,4%) e látex e borracha natural (-63,8%). Na indústria de transformação, houve uma queda significativa nas importações de compostos organoinorgânicos (-43,1%) e adubos ou fertilizantes químicos (-24,3%). Essa redução nos valores importados de fertilizantes se deve principalmente à guerra entre Rússia e Ucrânia, que impacta os preços desses produtos. Mesmo assim, a quantidade importada aumentou 46,1% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado.

Apesar da queda nos preços das commodities, o governo brasileiro projeta um saldo positivo recorde de US$ 93 bilhões para este ano, contra uma estimativa anterior de US$ 84,7 bilhões. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, as exportações devem permanecer estáveis em 2023, com um aumento de apenas 0,02%, totalizando US$ 334,2 bilhões. Já as importações devem recuar 11,5% e fechar o ano em US$ 241,1 bilhões.

Essas projeções são mais otimistas do que as do mercado financeiro, que prevê um superávit de US$ 74,95 bilhões para este ano, de acordo com o boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada pelo Banco Central semanalmente.

Assim, apesar das incertezas no cenário econômico global e das oscilações dos preços das commodities, o Brasil continua apresentando um desempenho positivo em sua balança comercial, impulsionado pela safra recorde de grãos e pela redução das importações de combustíveis. Esses resultados são importantes para fortalecer a economia brasileira e contribuir para o crescimento do país.

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