Em 2025, o Brasil deverá colher 345,6 milhões de toneladas, um volume que supera em 18,1% a colheita de 2024, marcando um avanço significativo na produção agrícola do país. No entanto, as previsões para 2026 indicam que fatores climáticos poderão impactar negativamente o desempenho das lavouras. Carlos Alfredo Guedes, gerente de Agricultura do IBGE, destacou que o ano de 2025 teve condições favoráveis para as plantações, resultando em recordes de produção para culturas como soja, milho e algodão.
Para 2026, espera-se que o fenômeno climático La Niña influencie as condições de cultivo, com chuvas intensas na Região Centro-Oeste e redução pluviométrica no Sul. Essa combinação pode afetar a produção agrícola, embora a área a ser cultivada seja superior, projetando-se uma expansão de 1,1% em relação a 2025, totalizando 81,5 milhões de hectares.
A análise do IBGE abrange 16 culturas, incluindo algodão, amendoim, arroz, aveia, milho e soja. Dentre as cultures, espera-se uma redução acentuada na produção de milho (-9,3%), sorgo (-11,6%) e arroz (-6,5%). Essa diminuição é atribuída não apenas às condições climáticas, que não parecem favoráveis, mas também à escolha dos produtores, que baseiam suas decisões em questões de rentabilidade.
Apesar das dificuldades, a produção de soja apresenta uma expectativa positiva, com uma projeção de crescimento de 1,1%, alcançando 167,7 milhões de toneladas, o que mantém o Brasil na liderança como maior produtor e exportador mundial dessa cultura fundamental.
Além disso, a capacidade de armazenamento agrícola no país mostrou um crescimento de 1,8% no primeiro semestre de 2023, totalizando 231,1 milhões de toneladas. Os silos representam a maior parte dessa capacidade, garantindo que os agricultores possam gerenciar seus estoques de forma mais eficaz, proporcionando flexibilidade para vendas em momentos mais rentáveis no mercado.
Enquanto o cenário para as próximas safras apresenta desafios, o Brasil continua a se reafirmar como um protagonista no cenário agrícola global, lidando com variáveis climáticas e de mercado em busca de manter seu status de força produtiva na agropecuária.
