ECONOMIA – Reunião entre ministro da Fazenda e secretário do Tesouro dos EUA é cancelada em meio a pressões da extrema-direita, afirma Fernando Haddad.

O encontro, previsto para ocorrer nesta quarta-feira (13), entre o ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, foi cancelado inesperadamente. A informação foi confirmada pelo próprio Haddad, que apontou a influência de forças da extrema-direita americana como a causa do cancelamento. Em declaração a um veículo de comunicação, o ministro caracterizou a manobra como uma ação de militância antidiplomática que teve impacto direto na agenda de negociações entre os dois países.

Haddad enfatizou que a reunião virtual, que deveria ser uma oportunidade para discutir questões comerciais, especialmente sobre os altos impostos à exportação de produtos brasileiros impostos durante a administração do ex-presidente Donald Trump, foi desmarcada após articulações de alguns assessores da Casa Branca. A originalmente planejada videoconferência, que poderia ter avançado para discussões mais concretas, não será mais realizada, refletindo um cenário de incerteza nas relações comerciais entre o Brasil e os EUA.

Se considerada apenas uma questão de logística, a situação se torna ainda mais complexa. O ministro ressaltou que recebeu a notícia do cancelamento por e-mail, um ou dois dias depois de Bessent ter assegurado a divulgação do encontro à imprensa. Para Haddad, o motivo por trás do cancelamento é essencialmente político, evocando preocupações que vão além de questões meramente econômicas.

Além disso, Haddad trouxe à tona a percepção de que o Brasil está sendo tratado de forma diferenciada em comparação a outros países, que conseguiram estabelecer negociações frutíferas com os Estados Unidos, como a União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul. Esse panorama levanta questões sobre a real postura dos Estados Unidos em relação a diferentes economias globais e suas respectivas demandas.

O ministro destacou a importância de que o Brasil encontre formas eficazes de dialogar com a administração americana, especialmente em um contexto em que o comércio e as tarifas são temas centrais. Enquanto a reunião não acontece, a expectativa se concentra nas próximas ações que o Brasil poderá empreender para retomar as negociações e buscar um tratamento mais justo no cenário internacional.

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