O sócio da S2F Partners e membro do Conselho da Organização das Nações Unidas (ONU) para temas de resíduos, Carlos Silva Filho, destacou a necessidade de iniciativas voltadas para a coleta seletiva no setor têxtil. Segundo ele, o desafio é ainda maior considerando o tempo de decomposição de alguns tecidos, que pode chegar a centenas de anos.
Além disso, os dados revelam que cada brasileiro descartou cerca de 382 quilos de materiais em 2023, com destaque para a fração orgânica e resíduos secos. Os resíduos têxteis, couros e borrachas representaram 5,6% do total de descartes, somando 4,6 milhões de toneladas no ano.
A indústria têxtil também é apontada como uma das responsáveis por emissões significativas de gases de efeito estufa em nível global, além do alto consumo de água. A prática da “fast fashion”, que consiste na produção em larga escala de roupas com preços baixos e rápida rotatividade, tem impactado negativamente o meio ambiente e levado ao descarte excessivo de produtos.
Diante desse cenário, ações prioritárias de sustentabilidade na linha de produção e no mundo da moda são apontadas como essenciais para reduzir o impacto dos resíduos têxteis. O membro do conselho da ONU ressaltou a importância de estender a vida útil dos materiais, viabilizar o reaproveitamento e promover um consumo mais consciente, além da necessidade de regulamentação do descarte correto desses resíduos. A busca por soluções sustentáveis e a conscientização da sociedade são fundamentais para enfrentar esse desafio e promover uma moda mais responsável e sustentável.