O aumento no rendimento médio se deve à grande variação salarial nas cinco regiões do Brasil. No Norte, por exemplo, o incremento foi impressionante, atingindo 21%. O Nordeste teve um aumento de 7,5%, enquanto o Sudeste registrou uma elevação mais modesta de 1,7%, e o Sul viu um crescimento de 9,7%. Em contrapartida, o Centro-Oeste se destacou negativamente ao reportar uma perda de 7,9% na renda, embora ainda mantenha o maior valor médio de salário, que é de R$ 3.492. Esse valor se encontra bem acima do Nordeste, que registra uma média de R$ 1.081, e do Norte, com R$ 1.997. Comparativamente, o Sudeste e o Sul apresentam salários médios de R$ 3.147.
Vânia Marques Pinto, presidente da Contag, destacou a importância do anuário para o monitoramento das remunerações e para direcionar as ações da entidade. Ela enfatizou que o organismo busca influenciar as políticas públicas voltadas aos trabalhadores rurais, ressaltando a necessidade de qualificação das iniciativas para os povos do campo, da floresta e das águas.
No que diz respeito ao trabalho feminino, o anuário apresentou uma boa notícia: pela terceira vez consecutiva, o desemprego no campo entre as mulheres caiu, alcançando uma taxa de 7,6% em 2024, o que representa o menor índice desde 2015. Essa melhoria é atribuída não apenas ao crescimento econômico, que ampliou as oportunidades de emprego, mas também à qualificação da força de trabalho feminina. A pesquisa aponta avanços significativos no nível de instrução das mulheres acima de 15 anos em áreas rurais, com triplicação do percentual que possui ensino superior, de 2% para 6%, e um aumento de 14% para 25% nas que completaram o ensino médio. Além disso, o índice de mulheres sem instrução e com menos de um ano de estudo caiu de 14% para 10%, enquanto a porcentagem daquelas com ensino fundamental incompleto foi reduzida de 50% para 38%. Essa evolução na educação feminina é um indicador positivo para o futuro da força de trabalho no setor agrícola.