ECONOMIA –

Recorde de Vendas do Tesouro Direto em Maio: R$ 6,86 Bilhões Com Alto Interesse por Títulos Vinculados à Selic

As vendas de títulos públicos no Brasil atingiram um marco significativo em maio, com um total de R$ 6,86 bilhões comercializados por meio do programa Tesouro Direto. Este valor representa um crescimento notável de 35,03% em relação ao mesmo mês do ano anterior, mesmo que tenha havido uma leve queda de 3,28% em comparação com abril, quando o montante vendido foi de R$ 7,09 bilhões. O desempenho deste mês é um reflexo do recente vencimento recorde de títulos índices pela Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira.

O destaque em maio se deu para os títulos atrelados aos juros básicos, que responderam por 53% das vendas, reforçando a popularidade desses papéis entre os investidores. Títulos vinculados à inflação, corrigidos pelo IPCA, representaram 26,8%, enquanto as aplicações prefixadas somaram 11,8%. Esse movimento está fortemente ligado ao aumento da Selic, que saltou de 10,5% para 15% ao ano nos últimos tempos, elevando a atratividade desses ativos.

Além disso, o estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 176,112 bilhões no fim de maio, um crescimento de 3,1% em relação ao mês anterior e uma impressionante alta de 26,1% em comparação ao mesmo período do ano passado. Esse aumento deve-se, em grande parte, à correção pelos juros e ao fato de que as vendas superaram os resgates em R$ 3,62 bilhões.

No que diz respeito ao perfil dos investidores, 291.472 novos participantes ingressaram no programa em maio, fazendo com que o total de investidores chegasse a 32.494.855. Essa expansão representa um crescimento de 13,4% em um ano, enquanto o número de investidores ativos, aqueles com operações em aberto, atingiu 3.013.961, refletindo um aumento de 15,1%.

A grande adesão de pequenos investidores é evidenciada pelo número expressivo de vendas de até R$ 5 mil, que totalizaram 79,3% das 823.877 operações de vendas no mês. Com um valor médio por operação em R$ 8.324,32, as preferências também se inclinaram para papéis de curto prazo, com 41,3% das vendas em títulos de até cinco anos, indicando uma estratégia de investimento mais conservadora neste cenário de incertezas econômicas.

O Tesouro Direto, lançado em 2002, tem desempenhado um papel fundamental na democratização do acesso a títulos públicos, permitindo que pessoas físicas adquiram esses papéis diretamente pela internet, sem a necessidade de intermediários financeiros. Os investidores são cobrados apenas uma taxa da B3, a bolsa de valores brasileira, incidida sobre as movimentações realizadas. Essa iniciativa é uma das estratégias adotadas pelo governo federal para captar recursos, ajudando a honrar dívidas e compromissos financeiros, com a promessa de devolução do valor acrescido segundo os índices de mercado.

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