ECONOMIA – Queda nos Preços de Commodities e Aumento nas Importações Resultam em Superávit da Balança Comercial mais Baixo em Julho de Três Anos.

A balança comercial brasileira enfrentou um cenário desafiador em julho, registrando o menor superávit para este mês em três anos. De acordo com os dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o país alcançou um superávit de US$ 7,075 bilhões, o que representa uma queda de 6,3% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Essa diminuição se deve, em grande parte, à queda nos preços das commodities e ao aumento nas importações.

Nos primeiros sete meses de 2025, o superávit acumulado totalizou US$ 36,982 bilhões, o que significa uma redução de 24,7% em relação ao mesmo período de 2024. Este é o desempenho mais fraco observado desde 2020. Durante o mês de fevereiro, a balança registrou um déficit de US$ 471,6 milhões, um fator que contribuiu para a deterioração do saldo acumulado.

Embora as exportações tenham alcançado um recorde de US$ 32,310 bilhões em julho, com um aumento de 4,8% em relação ao ano anterior, as importações também apresentaram crescimento, somando US$ 25,236 bilhões, um aumento de 8,4%. O volume de mercadorias exportadas cresceu 7,2%, embora os preços médios tenham recuado 2,1%, uma dinâmica que reflete a desvalorização de commodities. Analogamente, as importações também tiveram um crescimento quantitativo de 7,9%, mas com uma leve queda nos preços médios.

Analisando os setores, o agropecuário viu um leve crescimento nas exportações de 0,3%, apesar de um recuo de 2% no volume. As exportações de soja, um dos principais produtos agrícolas, cresceram 1,2%, impulsionadas por um aumento nos embarques, mesmo com preços que caíram 7,1%. Enquanto isso, o café teve um desempenho positivo, com um crescimento robusto de 25,4% no valor exportado, devido a um aumento significativo nos preços, apesar de uma diminuição na quantidade embarcada.

Por outro lado, a indústria extrativa registrou uma alta de 13,1% nas quantidades exportadas, embora os preços tenham caído consideravelmente. As vendas de petróleo, que enfrentaram meses de dificuldades, subiram 8,1%, indicando uma possível recuperação gradual. No entanto, as exportações de minério de ferro enfrentaram desafios, com uma queda nos preços refletindo a desaceleração econômica global.

Com o olhar voltado para o futuro, as estimativas do Ministério indicam que o superávit comercial deverá cair para US$ 50,4 bilhões em 2025, uma revisão pessimista em relação ao ano anterior. Isso contrasta com previsões do mercado financeiro, que projetam um superávit maior, ressaltando as incertezas que pairam sobre o comércio exterior brasileiro. A próxima atualização das estimativas será divulgada em outubro e poderá levar em conta novos fatores, como tarifas impostas aos produtos brasileiros nos Estados Unidos.

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