Os dados apontam para uma desaceleração geral da inflação, que passou de 0,48% em setembro para 0,18% em outubro. Essa redução é significativa, especialmente considerando que nos meses anteriores, de setembro de 2024 a maio de 2025, os preços dos alimentos e bebidas apresentaram altas consecutivas, impulsionadas por fatores climáticos que prejudicaram a produção.
Durante esse período de cinco meses, os preços dos alimentos sofreram as seguintes variações: em outubro a queda foi de 0,02%, em setembro de 0,35%, em agosto de 0,53%, em julho de 0,06%, e em junho, nova retração de 0,02%. Apesar do recuo, o acumulado de 12 meses para a inflação de alimentos ainda apresenta um crescimento de 6,26%, um valor que supera o índice geral do IPCA-15, que ficou em 4,94% para o mesmo intervalo. Este é, no entanto, o menor nível alcançado desde setembro de 2024, quando estava em 5,22%.
Dentro da cesta de consumo analisada, os alimentos e bebidas exercem um papel vital, representando 21,63% do total. A categoria de alimentação no domicílio, que exclui refeições e lanches fora de casa, teve uma variação negativa de 0,10% em outubro, albeit mantendo uma elevação de 5,47% nos últimos 12 meses, o que também é uma melhoria em relação a agosto do ano passado, que registrou 4,19%.
Os itens que mais contribuíram para a redução dos preços em outubro foram cebola, com queda de 7,65%, seguidas por ovos de galinha (-3,01%), arroz (-1,37%) e leite longa vida (-1%). Além disso, alguns produtos apresentaram quedas expressivas, como o pepino e a abobrinha, que tiveram desvalorizações de 24,43% e 20,80%, respectivamente.
De acordo com especialistas, esse cenário é otimista. O economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados, Felipe Queiroz, ressalta que a tendência de queda nos preços dos alimentos é crucial, principalmente para as famílias de menor renda, que dependem fortemente do que gastam em alimentação. Com uma safra recorde de grãos projetada para o ano atual, a expectativa é de que esses resultados positivos se mantenham e contribuam para um ambiente econômico mais equilibrado nos meses seguintes.









