ECONOMIA – Queda nos Preços da Batata e Cebola: Ceasas Registram Redução de Até 31,61% em Julho, Segundo Boletim da Conab

Em julho, o cenário do mercado hortigranjeiro brasileiro foi marcado pela queda nos preços de dois dos itens mais consumidos: batata e cebola. Segundo o 8º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado recentemente, essa diminuição é observada nas principais Centrais de Abastecimento (Ceasas) do país.

Para as batatas, a redução de preços já é a segunda consecutiva, com uma média ponderada de queda de impressionantes 31,61% nos 11 mercados atacadistas analisados. Essa diminuição está diretamente ligada à oferta abundante do produto disponível, que tem facilitado a negociação e influenciado os valores.

No que diz respeito à cebola, a situação é semelhante. O aumento da oferta resultou em uma diminuição de 25,57% nas cotações de julho em relação a junho, com uma comparação ainda mais significativa: os preços estão cerca de 60% mais baixos do que no mesmo período do ano passado, refletindo uma dinâmica marcada por superprodução e menos demanda.

Entretanto, nem todas as hortaliças apresentaram a mesma trajetória de preços. O tomate, por exemplo, apresentou uma variabilidade significativa entre as regiões: enquanto a Ceasa do Paraná observou uma queda de 16,68%, Santa Catarina registrou um aumento de 4,68%. No agregado, a média ponderada de preços do tomate teve uma queda de 5,68%. Por sua vez, a alface viu seus preços subirem em 9,93%, especialmente na Ceasa paranaense, embora tais aumentos não tenham sido uniforme em todas as localidades analisadas.

O setor de frutas também apresentou flutuações. A laranja, por exemplo, teve uma média ponderada de preço que caiu 9,8%, reflexo de uma combinação de menor demanda, férias escolares e concorrência com a mandarinha. A maçã, por sua vez, experimentou uma ligeira redução de 1,92% em seus preços, também influenciada pelas baixas temperaturas e pelo recesso escolar.

A melancia, apesar do aumento na produção nas regiões de Goiás e Tocantins, enfrentou uma queda na demanda devido ao clima mais frio, resultando em uma alta de 3,92% nas cotações. Em contrapartida, a banana e o mamão registraram aumentos significativos, com a banana alcançando 10,48% devido à menor oferta da variedade nanica, enquanto o mamão teve uma alta de 21,65%, também atribuída a fatores climáticos adversos que restrinjam a oferta.

Esses movimentações de mercado demonstram a fragilidade do equilíbrio entre oferta e demanda no setor agrícola, especialmente em um contexto climático e sazonal como o atual.

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