No entanto, o número de produtores rurais inadimplentes pode ser considerado baixo quando comparado com a população em geral. Em julho deste ano, o índice de negativados atingiu 43,7%, segundo o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta. Além disso, o estudo mostrou que o índice de inadimplência permaneceu praticamente estável em relação a março deste ano, com um aumento de apenas 1%.
Ao analisar a inadimplência por região, o Sul do Brasil apresentou o menor nível, com apenas 15% dos trabalhadores rurais com nome negativado. Em seguida, estavam o Sudeste (24,6%), o Centro-Oeste (30,4%), o Nordeste (33,8%) e o Norte (40,1%).
Em relação às unidades federativas, o Amapá foi o estado com o maior percentual de produtores rurais inadimplentes, enquanto Santa Catarina apresentou o cenário mais positivo.
Para reduzir os riscos de inadimplência e manter um perfil de crédito saudável, a Serasa Experian recomenda que os produtores rurais, assim como os consumidores comuns, dediquem-se ao planejamento financeiro. Isso implica conhecer os movimentos do mercado relacionados aos custos de insumos e aos preços futuros da produção, a fim de controlar as finanças.
A contratação de seguro rural também é indicada para proteger o produtor e sua produção contra eventos climáticos adversos, como chuvas excessivas, seca e geada. Dessa forma, caso ocorram esses eventos, o produtor tem a opção de utilizar o seguro para cobrir suas obrigações financeiras sem correr o risco de ter seu nome negativado, afirma a Serasa Experian.
Negociar débitos vencidos ou próximos ao vencimento também é uma medida assertiva para evitar a inadimplência. Segundo a entidade, a maioria dos produtores rurais brasileiros consegue evitar a negativação e continuar com sua produção, gerando empregos e expandindo seus ganhos.
No entanto, para aqueles que precisam de ajuda, a Serasa Experian se compromete a proporcionar ferramentas que auxiliem na regularização financeira, concluiu Marcelo Pimenta.
O levantamento da Serasa Experian sobre a inadimplência no campo avaliou cerca de 10 milhões de perfis de pessoas físicas que possuem financiamentos na modalidade rural e/ou agroindustrial no Cadastro Positivo. Também foram considerados produtores que são donos de propriedades rurais, com CAR (Cadastro Ambiental Rural) ou Cafir (Cadastro Federal de Imóveis Rurais), em todas as 27 unidades federativas do país.
É importante ressaltar que o estudo abrangeu uma amostra da população de produtores rurais, tendo em vista que o Censo Agropecuário de 2017 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) identificou 5,1 milhões de estabelecimentos rurais e 15,1 milhões de produtores rurais no país.
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