A proposta do projeto inclui destinar uma parte da arrecadação do seguro obrigatório para o pagamento de emendas parlamentares, sendo que R$ 3,6 bilhões seriam destinados para essa finalidade. O senador Jaques Wagner, relator do texto no Senado, defende que a antecipação desses recursos é necessária para atender à demanda do Congresso por emendas parlamentares. Wagner explicou que os parlamentares não abrem mão dos R$ 11 bilhões, e por isso, foi incluído mais R$ 5,6 bilhões no projeto.
No entanto, a proposta tem recebido críticas da oposição, que argumenta que a medida recria impostos e sobrecarrega a população com o seguro obrigatório. Líderes da oposição, como o senador Rogério Marinho, do PL-RN, consideram a medida injusta e prejudicial, classificando-a como um aumento de impostos que impactaria negativamente a população mais pobre.
Por outro lado, senadores como Zenaide Maia, do PSD-RN, defendem a importância do seguro obrigatório para beneficiar a população mais vulnerável em casos de acidentes de trânsito. A senadora argumenta que as pessoas mais pobres são as mais afetadas em situações desse tipo, e que o seguro seria essencial para garantir o suporte necessário nesses casos.
O relator Jaques Wagner também destaca a relevância do seguro obrigatório, especialmente para vítimas de acidentes de trânsito, ressaltando que a maior parte dos beneficiados são motociclistas acidentados. Ele defende a política social por trás do Dpvat e destaca que parte dos recursos arrecadados são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS), que é sobrecarregado com acidentes de trânsito.
Criado em 1974, o Dpvat era um seguro obrigatório destinado a indenizar vítimas de acidentes de trânsito em todo o Brasil. Com a extinção da cobrança em 2021 e a posterior suspensão dos pagamentos de indenizações por falta de saldo no fundo do Dpvat, o projeto que propõe a criação do Spvat surge como uma alternativa para restabelecer o seguro e garantir o suporte necessário às vítimas de acidentes de trânsito.