ECONOMIA –

Projeções do Setor de Eletroeletrônicos Apontam Queda de 1% nas Vendas no Primeiro Semestre de 2025 devido a Instabilidade Econômica



As previsões da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos indicam um cenário desafiador para o primeiro semestre de 2025, com uma queda projetada de 1% nas vendas em relação ao mesmo período de 2024. Esse recuo é atribuído a fatores como a deterioração das condições de crédito, uma inflação crescente e a instabilidade econômica que persiste no país.

O relatório destaca uma queda significativa nas vendas de produtos da Linha Marrom, Linha Branca e Linha Portátil. Dentre eles, os eletrodomésticos portáteis, que incluem fritadeiras, ventiladores e aspiradores automáticos, apresentaram uma diminuição de 6%. Esses itens representam 66% das vendas do setor, sugerindo que a queda pode ter um impacto considerável na receita total. Em contrapartida, produtos como aparelhos de ar-condicionado e itens da Linha TIC, que inclui lâmpadas inteligentes e monitores, registraram um leve aumento de cerca de 1%.

A nota da entidade ressalta que uma combinação de fatores está restringindo o crédito e aumentando seus custos, o que pressiona o orçamento das famílias. Essa encurtada na capacidade de gasto leva os consumidores a priorizarem despesas essenciais, como alimentação e cuidados de saúde, e a postergarem a aquisição de bens duráveis, como eletroeletrônicos. Apesar dos avanços e da resiliência do setor, a confiança do consumidor continua fragilizada, refletindo a instabilidade do ambiente macroeconômico.

Os eletroeletrônicos têm enfrentado um crescimento nas importações de equipamentos de menor valor, especialmente na Linha Portátil, que deverá encerrar 2025 com uma queda de 4% em relação ao ano anterior. O setor de ar-condicionado, que vem apresentando crescimento desde 2021, poderá ser profundamente afetado pela escassez prolongada de compressores, um insumo essencial, cuja produção no Brasil está concentrada em um único fornecedor, que não consegue atender a demanda crescente.

Jorge Nascimento, presidente da Eletros, expressou preocupações sobre a política industrial que exige a compra local de componentes, argumentando que, diante da escassez dos compressores, essa regra deve ser revista para que as indústrias possam buscar alternativas externas e garantir a oferta necessária.

Por outro lado, a associação acredita que o segundo semestre de 2025 pode trazer uma recuperação gradual para certos segmentos, impulsionada por datas comerciais como a Black Friday e o Natal. Contudo, essa recuperação poderá ser comprometida se a alta dos juros e a volatilidade cambial persistirem. A Eletros planeja que as empresas se concentrem em otimizar estoques e aumentar a eficiência produtiva, tentando se ajustar à demanda e às condições econômicas incertas que permeiam o cenário atual.

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