Além da previsão para 2023, as estimativas para os anos subsequentes também foram atualizadas. Para 2026, a expectativa de inflação foi levemente ajustada de 4,41% para 4,4%. Já para 2027 e 2028, as projeções indicam 4% e 3,8%, respectivamente. É importante ressaltar que a estimativa atual para 2023, embora tenha diminuído, ainda se coloca acima do teto da meta inflacionária definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com uma tolerância que permite oscilações de até 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, estabelecendo limites entre 1,5% e 4,5%.
O cenário inflacionário recente começou a ser influenciado pela alta nas tarifas de energia, que impactaram diretamente o custo de vida e levaram a inflação oficial, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a registrar um crescimento de apenas 0,26% em julho. Este aumento foi compensado pela queda consecutiva nos preços dos alimentos, contribuindo para que a taxa anual do IPCA acumulasse 5,23%, ainda acima do teto da meta.
Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa Selic como um dos instrumentos principais. Atualmente, a taxa básica de juros está fixada em 15% ao ano, e o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, na última reunião, interromper o ciclo de altas após um aumento consistente por sete reuniões seguidas. O Copom indicou que, apesar de manter a taxa, permanece atento às incertezas econômicas internacionais, especialmente em relação à política comercial dos Estados Unidos, que pode influenciar os preços no Brasil.
As projeções para a Selic nos próximos anos mostram uma expectativa de que a taxa permaneça em 15% ao ano até o fim de 2025, com uma redução prevista para 12,5% em 2026. Para 2027 e 2028, as previsões são de continuidade na queda, com a Selic a 10,5% e 10%, respectivamente.
Além do contexto inflacionário, as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 mantêm-se em 2,21%. O PIB, que representa a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, sofreu um crescimento de 1,4% no primeiro trimestre do ano, impulsionado, especialmente, pelo setor agropecuário. O ano de 2024 registrou uma alta de 3,4%, marcando a continuidade do crescimento econômico, o que se traduz em quatro anos seguidos de expansão, a maior desde 2021.
Por fim, a previsão para a cotação do dólar prevê que a moeda norte-americana atinja R$ 5,60 até o final deste ano, com uma expectativa de leve valorização para R$ 5,70 até o final de 2026. Esse contexto econômico exige vigilância constante, especialmente por parte do Banco Central, à medida que as variáveis inflacionárias e de crescimento interagem de forma complexa.