ECONOMIA – Projeção de inflação no Brasil cai para 4,95% em 2023, mas ainda supera teto da meta estabelecida pelo Banco Central.

O mercado financeiro apresentou uma nova estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a referência oficial para medir a inflação no Brasil. A expectativa para este ano caiu de 5,05% para 4,95%, marcando a décima segunda redução consecutiva na projeção, conforme os dados divulgados no Boletim Focus, publicado na última segunda-feira, dia 18. Este boletim é uma ferramenta importante que o Banco Central utiliza para monitorar as expectativas de instituições financeiras sobre os principais indicadores econômicos do país.

Além da previsão para 2023, as estimativas para os anos subsequentes também foram atualizadas. Para 2026, a expectativa de inflação foi levemente ajustada de 4,41% para 4,4%. Já para 2027 e 2028, as projeções indicam 4% e 3,8%, respectivamente. É importante ressaltar que a estimativa atual para 2023, embora tenha diminuído, ainda se coloca acima do teto da meta inflacionária definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3%, com uma tolerância que permite oscilações de até 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, estabelecendo limites entre 1,5% e 4,5%.

O cenário inflacionário recente começou a ser influenciado pela alta nas tarifas de energia, que impactaram diretamente o custo de vida e levaram a inflação oficial, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a registrar um crescimento de apenas 0,26% em julho. Este aumento foi compensado pela queda consecutiva nos preços dos alimentos, contribuindo para que a taxa anual do IPCA acumulasse 5,23%, ainda acima do teto da meta.

Para controlar a inflação, o Banco Central utiliza a taxa Selic como um dos instrumentos principais. Atualmente, a taxa básica de juros está fixada em 15% ao ano, e o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, na última reunião, interromper o ciclo de altas após um aumento consistente por sete reuniões seguidas. O Copom indicou que, apesar de manter a taxa, permanece atento às incertezas econômicas internacionais, especialmente em relação à política comercial dos Estados Unidos, que pode influenciar os preços no Brasil.

As projeções para a Selic nos próximos anos mostram uma expectativa de que a taxa permaneça em 15% ao ano até o fim de 2025, com uma redução prevista para 12,5% em 2026. Para 2027 e 2028, as previsões são de continuidade na queda, com a Selic a 10,5% e 10%, respectivamente.

Além do contexto inflacionário, as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2023 mantêm-se em 2,21%. O PIB, que representa a soma dos bens e serviços produzidos no Brasil, sofreu um crescimento de 1,4% no primeiro trimestre do ano, impulsionado, especialmente, pelo setor agropecuário. O ano de 2024 registrou uma alta de 3,4%, marcando a continuidade do crescimento econômico, o que se traduz em quatro anos seguidos de expansão, a maior desde 2021.

Por fim, a previsão para a cotação do dólar prevê que a moeda norte-americana atinja R$ 5,60 até o final deste ano, com uma expectativa de leve valorização para R$ 5,70 até o final de 2026. Esse contexto econômico exige vigilância constante, especialmente por parte do Banco Central, à medida que as variáveis inflacionárias e de crescimento interagem de forma complexa.

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