ECONOMIA – Produção industrial brasileira mantém estabilidade com cinco meses sem crescimento. Alta acumulada no ano é de 1,4%, mas desafio continua.

A produção da indústria brasileira apresentou uma pequena queda de 0,1% de janeiro para fevereiro, o que pode ser considerado como estabilidade. Esse dado reflete um cenário que preocupa, já que a indústria acumula cinco meses consecutivos sem crescimento, totalizando uma perda de 1,3% nesse período.

No último mês de janeiro, a produção industrial havia registrado variação nula (0%). O último momento de crescimento foi em setembro de 2024, com um aumento de 0,9%. Já nos meses de outubro a dezembro do mesmo ano, foram observadas três quedas. Esses dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua Pesquisa Industrial Mensal, na quarta-feira (2) no Rio de Janeiro.

No acumulado de 2025, a indústria teve uma expansão de 1,4% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 2,6%, e em comparação com fevereiro de 2024, a variação foi positiva em 1,5%.

Os dados mais recentes destacam que o parque industrial brasileiro está 1,1% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020, mas ainda 15,7% abaixo do ponto mais alto já registrado em maio de 2011.

Dentre os 25 ramos analisados pelo IBGE, 14 apresentaram queda na produção de janeiro para fevereiro de 2025. O índice de difusão revela que 51,8% dos 789 produtos industriais pesquisados tiveram aumento na produção nesse período.

O gerente da pesquisa, André Macedo, explicou que a ausência de crescimento recente pode ser atribuída, em grande parte, à elevação da taxa de juros, à desvalorização do real frente ao dólar e à inflação em alta. Esses fatores impactam diretamente a confiança de famílias e empresários, refletindo na economia do país.

Macedo ressaltou que a indústria encerrou 2024 com uma expansão de 3,1%, porém esse número caiu para 2,6% no acumulado dos últimos 12 meses até fevereiro. Ele alertou para a perda de ímpeto na magnitude de expansão, demonstrando uma tendência negativa nos resultados.

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