No entanto, essa projeção está no limite do teto da meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25% para 2023, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior da meta é de 1,75% e o limite superior é de 4,75%.
De acordo com o Banco Central, há uma chance de 67% de o IPCA superar o teto da meta em 2023, conforme indicado pelo último Relatório de Inflação. Além disso, a projeção do mercado para a inflação em 2024 está acima do centro da meta, que é de 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
No mês de setembro, o aumento no preço da gasolina foi um fator que contribuiu para o resultado da inflação. O IPCA ficou em 0,26%, acima da taxa de agosto que registrou alta de 0,23%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado deste ano, a inflação atingiu 3,50%, e nos últimos 12 meses, ela está em 5,19%.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, conhecida como Selic. Atualmente, a Selic está em 12,75% ao ano, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A variação dos preços já levou o BC a reduzir a taxa de juros duas vezes neste semestre, e espera-se que ocorram cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.
Apesar da retomada da alta da inflação no segundo semestre deste ano, era uma movimentação esperada pelos economistas. Porém, o Copom reforçou a necessidade de manter uma política monetária contracionista para consolidar a estabilização da inflação nos anos de 2024 e 2025.
No que se refere à taxa de juros, espera-se que a Selic termine 2023 em 11,75% ao ano. Já para o fim de 2024, a projeção é de uma taxa de 9% ao ano, enquanto para os anos de 2025 e 2026, a previsão é de uma Selic de 8,5% anualmente.
É importante destacar que, quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é controlar a demanda aquecida, o que pode impactar os preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. No entanto, o aumento da Selic também pode dificultar o crescimento da economia.
Já quando o Copom reduz a taxa básica de juros, espera-se que o crédito fique mais barato, estimulando a produção e o consumo, e reduzindo o controle sobre a inflação, ao mesmo tempo em que impulsiona a atividade econômica.
No que diz respeito ao crescimento da economia brasileira, as instituições financeiras projetam uma expansão de 2,92% em 2023. Para os anos de 2024, 2025 e 2026, a expectativa é de um crescimento de 1,5%, 1,9% e 2%, respectivamente, do Produto Interno Bruto (PIB).
Por fim, em relação à cotação do dólar, espera-se que a moeda americana feche este ano em R$ 5, e para o final de 2024, a projeção é de uma cotação de R$ 5,05.