O resultado obtido em fevereiro de 2025 é o mais alto desde 2016, quando o IPCA-15 atingiu 1,42%. Em comparação com o mesmo período do ano passado, a prévia da inflação em fevereiro de 2025 foi significativamente maior, já que em 2024 o índice foi de 0,78%. Os números foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (25) no Rio de Janeiro.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 alcançou a marca de 4,96%, superando a meta do governo que é de, no máximo, 4,5%. Em janeiro, o acumulado estava no limite da meta estabelecida. Dos nove grupos de produtos e serviços analisados pelo IBGE, sete apresentaram alta, com destaque para o grupo habitação, que teve um aumento de 4,34% e contribuiu com 0,63 ponto percentual do IPCA-15.
A principal pressão veio da conta de luz, que subiu 16,33% e impactou o índice em 0,54 ponto percentual. Esse aumento pode ser explicado pelo desconto nas contas de luz concedido aos brasileiros em janeiro, conhecido como Bônus Itaipu, que reduziu os custos no mês passado em 15,46%. Com a falta desse desconto em fevereiro, a base de comparação baixa contribuiu para uma inflação mais alta entre os dois meses.
Outro destaque de fevereiro foi o reajuste nas mensalidades educacionais, que subiram 4,78%, o que representa um impacto de 0,29 ponto percentual no IPCA-15. Os reajustes nos cursos regulares no início do ano letivo foram os responsáveis por esse aumento, com as maiores variações registradas no ensino fundamental (7,50%), ensino médio (7,26%) e ensino superior (4,08%).
Em relação aos alimentos, uma das principais preocupações do governo, houve uma desaceleração no aumento de preços em fevereiro, comparado a janeiro. O grupo de alimentos e bebidas teve uma variação de 0,61%, enquanto no mês anterior tinha sido de 1,06%. O café moído foi o subitem alimentício com maior pressão de alta, registrando um aumento de 11,63%.
No grupo de transportes, houve um aumento de 0,44%, com impacto de 0,09 ponto percentual no IPCA-15. Os combustíveis tiveram um aumento de 1,88%, com destaque para o etanol (3,22%), diesel (2,42%) e gasolina (1,71%). Por outro lado, as passagens aéreas tiveram uma queda de 20,42%, contribuindo para amenizar a inflação geral.
Em resumo, o IPCA-15 mostrou uma alta expressiva em fevereiro, sendo influenciado principalmente pelo aumento na conta de luz e nas mensalidades educacionais. Esses dados refletem a pressão inflacionária enfrentada pelo país e apontam para os desafios econômicos que ainda estão por vir. O índice completo do IPCA de fevereiro será divulgado no dia 12 de março, trazendo mais detalhes sobre a evolução dos preços no país.