Galípolo expressou preocupação com as falsas informações que circulam a respeito do Pix, descrevendo como essas narrativas enganosas podem prejudicar a percepção de uma tecnologia que já demonstrou seu valor. Ele mencionou que a complexidade do sistema, combinada com a desinformação, gera um ambiente onde as opiniões podem se sobrepor aos fatos. Para ele, manter o Pix como uma infraestrutura pública é fundamental para assegurar que as decisões sobre sua operação sejam isentas e focadas no benefício da população.
O presidente do Banco Central também enfatizou os avanços em inclusão financeira que o Pix propiciou, afirmando que a ferramenta tem ampliado o acesso à serviços bancários para milhões de brasileiros. Atualmente, há cerca de 858 milhões de chaves cadastradas, com uma média de 250 milhões de transações diárias, evidenciando o sucesso da plataforma.
Além disso, Galípolo abordou uma questão comum entre os bancos: a suposta rivalidade entre o Pix e outros meios de pagamento. Ele argumentou que, ao contrário das preocupações de que o Pix estaria canibalizando as transações realizadas via cartões, estas na verdade têm crescido nos últimos anos, com um aumento de 20,9% nas transações de cartão de crédito desde a chegada do sistema.
Por outro lado, o Pix também se tornou alvo de investigações de órgãos norte-americanos, que questionam se o sistema impõe barreiras comerciais que poderiam afetar empresas dos Estados Unidos. O Escritório do Representante de Comércio dos EUA está analisando se as práticas adotadas pelo Brasil no comércio digital favorecem indevidamente alguns atores em detrimento de outros.
Em suma, o Pix se apresenta não apenas como uma inovação no sistema financeiro, mas também como um ponto de debate significativo sobre a gestão e o futuro das transações digitais no Brasil. A declaração de Galípolo ressalta a intenção de preservar a natureza pública do sistema frente a processos de desinformação e interesses comerciais externos.