Esse cenário é preocupante, considerando que o gás natural é um insumo fundamental para a indústria, sendo utilizado tanto como fonte de energia quanto como matéria-prima para diversos produtos. O estudo da CNI destaca que a indústria consome 60% do gás natural no país, um número que tem se mantido estável nos últimos dez anos.
Apesar dos avanços proporcionados pela Nova Lei do Gás, que visa promover a concorrência e desmonopolizar o mercado, ainda há desafios a serem superados. A regulamentação pendente e os atrasos na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) são apontados como obstáculos, juntamente com a concentração na comercialização por parte da Petrobras e a baixa transparência no acesso às infraestruturas essenciais.
A especialista em energia da CNI, Rennaly Sousa, ressaltou a importância do gás natural para a competitividade da indústria, a transição energética e as metas de descarbonização. Ela também destacou a necessidade de continuidade no processo de reestruturação do mercado de gás brasileiro, elogiando as iniciativas recentes do governo, como o Novo Decreto da Lei do Gás e a criação do Comitê de Monitoramento do Gás Natural.
Diante desse cenário, a CNI faz algumas recomendações, como a implementação integral da Nova Lei do Gás, a garantia de transparência no acesso às infraestruturas essenciais e o estímulo à competitividade no mercado de gás natural. O Ministério de Minas e Energia reconhece a importância dessas questões e afirma estar trabalhando para promover a abertura do mercado de gás, visando a modernização e competitividade do setor industrial no Brasil.